DETERMINANTES DA ELEVAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE DIFERENTES ANCESTRALIDADES.

Resumo: Por ocasião do nascimento, a pressão arterial (PA) apresenta valores baixos (da ordem de 80 x 50 mmHg)m sendo praticamente igual em todas as crianças nascidas a termo sem anormalidades estruturais no aparelho cardiovascular. Com o avançar da idade a PA aumenta gradualmente até se estabilizar no início da idade adulta. A partir desta fase, considera-se como “hipertensos” os indivíduos que apresentam, sistematicamente valores pressóricos superiores a 140 x 90 mmHg em repouso psíquico e físico. A definição de hipertensão arterial (HÁ) antes da idade adulta é mais complexa e depende do percentil dos valores registrados em função da idade, estatura e sexo. O principal determinante da elevação da PA durante o crescimento é a idade. Entretanto, análises mais detalhadas sugerem que outros fatores, como ganho de peso, reatividade vascular aos hormônios, prática regular de atividade física, dentre outros, também influenciam este processo. Estudos realizados no Brasil e em outros países mostram que indivíduos com ascendência africana apresentam valores pressóricos mais elevados na vida adulta. Em estudo recente realizado em 15.105 adultos (Projeto ELSA-Brasil) constatamos que o incremento da PA sistólica (mmHg/10 anos de vida) em indivíduos sem uso de antihipertensivos foi de 3.1, 4.5 e 6 mmHg/década, respectivamente, em brancos, pardos e negros. O incremento pressórico com a idade tem sido pouco estudado em crianças e adolescentes. No momento estamos conduzindo pesquisa em colaboração com a Universidade Agostinho Neto em Luanda, Angola, visando determinar o padrão de incremento pressórico em crianças africanas na faixa etária dos 7 aos 14 anos. Neste projeto serão investigados os determinantes biológicos, sociais e genéticos do incremento pressórico em crianças e adolescentes com diferentes ancestralidades. Crianças e adolescentes (faixa etária de 6 a 18 anos) matriculados na instituição “Estação Conhecimento” (N=900), serão avaliados com medidas da pressão arterial, peso, estatura, composição corporal (bioimpedância tetrapolar), rigidez arterial, reflexões da onda pulso (tonometria arterial), eletrocrdiograma, força máxima desenvolvida em mãos. Sangue coletado em jejum (25 mL) será coletado para obtenção do hemograma, bioquímica básica, e separação de DNA de leucócitos. Urina cronometrada de 3 h será coletada para determinação de função renal e consumo de sódio e potássio. Polimorfismos gênicos relacionados ao sistema renina-angiotensina (SRA) e calicreína-cininas (KC) serão determinados. Será testada a hipótese de que o incremento pressórico da adolescência é dependente da ancestralidade e modulado por fatores usuais que elevam a pressão arterial (ganho de peso, alto consumo de sódio, resistência à insulina, dentre outros). Todos os exames serão realizados na Clínica de Investigação Cardiovascular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da UFES e a identificação de polimorfismos associados ao SRA e KC será feita em parceria com o Laboratório de Cardiologia Molecular do Instituto do Coração da USP. O tempo estimado para coleta de dados será de 18 meses e pretende-se repetir todas as medidas numa segunda onda de exames 3 a 4 anos após a primeira para, especificamente, identificar a possível influência da ancestralidade e polimorfismos gênicos nas mudanças pressóricas na adolescência. A participação no projeto será voluntária pretendendo-se atingir, pelo menos, 85% (N=765) elegíveis matriculados na instituição parceira.

Data de início: 20/10/2014
Prazo (meses): 48

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado LUCIANA CARLETTI
Aluno Mestrado POLYANA ROMANO OLIOSA
Coordenador JOSE GERALDO MILL
Pesquisador CAROLINA PERIM DE FARIA
Acesso à informação
Transparência Pública

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