EXPOSIÇÃO A BAIXA CONCENTRAÇÃO DE HgCl2 DURANTE 30 DIAS DEPRIME A CONTRATILIDADE MIOCÁRDICA E PROMOVE DISFUNÇÃO CORONARIANA EM RATOS

Nome: LORENA BARROS FURIERI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/11/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador
IVANITA STEFANON Examinador Interno
LUCIANA VENTURINI ROSSONI Examinador Externo
MERCEDES SALAICES SANCHES Examinador Externo
PAULA FRIZERA VASSALLO Examinador Externo

Resumo: exposição ao mercúrio, seja ele orgânico ou inorgânico, é um fator de risco cardiovascular. No entanto, os mecanismos pelos quais este metal promove alterações cardiovasculares ainda não estão bem esclarecidos. Por isso, o presente estudo tem como objetivo analisar se a exposição crônica a baixa concentração de HgCl2, durante 30 dias, afeta a modulação endotelial da circulação coronariana e da função cardíaca.
Ratos Wistar foram tratados durante 30 dias com HgCl2 (primeira dose: 4.6 mg/kg e doses subseqüentes: 0.07 mg/kg/dia) ou salina. Foram utilizadas artérias coronárias esquerdas e corações ao final de 30 dias de tratamento. Para verificar quais os mecanismos envolvidos nas alterações encontradas em artérias coronárias também utilizamos células endoteliais explantadas de coronárias suínas incubadas durante 24 horas com HgCl2
O tratamento com mercúrio aumenta a reatividade de artérias coronárias à 5-HT e reduz o relaxamento a acetilcolina. Em artérias isoladas há menor produção de NO e também menor participação deste importante vasodilatador na resposta a acetilcolina e a 5-HT em artérias de ratos expostos ao metal. Quando utilizamos o tiron (1 mmol/L), varredor não enzimático de O2-• e a SOD (150 U/mL) observamos redução da resposta vasocontrictora a 5-HT e a utilização de tiron (1 mmol/L) e apocinina (0.3 mmol/L) também aumentaram o relaxamento a ACh. Em artérias coronárias há maior produção de ânions, maior expressão gênica de NOX-1, NOX-4 e SOD-2.O inibidor da COX, indometacina (10 μmol/L), diminuiu a resposta a 5-HT e aumentou o relaxamento a ACh em ratos tratados. Também observamos que o TEA (2 mmol/L), inibidor de canais para potássio dependentes de cálcio, potencializou a resposta a 5-HT.
Em corações isolados de ratos expostos ao mercúrio não há modificação da pressão de perfusão coronariana e na pressão diastólica, no entanto há redução da pressão sistólica isovolumétrica do ventrículo esquerdo assim como da pressão desenvolvida. Nestes corações, a prefusão durante 60 minutos com L-NAME (100 μmol/L) diminuiu a pressão desenvolvida e aumentou a pressão distólica. A pressão de perfusão aumentou em ambos os grupos após perfusão com o inibidor da NOS, no entanto esse aumento foi maior em corações de ratos expostos ao metal.
Quando avaliamos a expressão protéica observamos que o tratamento promove redução da expressão da SERCA e do PLB fosforilado na serina-16 enquanto há aumento da expressão do fosfolambam. Como conseqüência vimos redução da razão SERCA/PLB. Também há redução da expressão do NCX, da eNOS, iNOS e da isoforma α-1 da NKA. A expressão da isoforma α-2 da NKA não foi alterada.
A exposição durante 30 dias ao HgCl2 promove disfunção endotelial em artérias coronárias, evidenciado por redução da biodisponibilidade de NO relacionado ao aumento do estresse oxidativo. Essas alterações da função coronariana aumentam a resistência ao fluxo, o que sobre condições de sobrecarga, pode causar disfunção do relaxamento e contração do músculo cardíaco. Nossos achados reforçam as evidências que o mercúrio, mesmo em baixas concentrações, é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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