EFEITOS VASCULARES DA SOBRECARGA AGUDA DE FRUTOSE EM RATAS

Nome: KEVIN MESQUITA SILVA

Data de publicação: 14/12/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Orientador

Resumo: INTRODUÇÃO: O consumo excessivo de frutose, principalmente com a introdução
do xarope de milho rico em frutose pela indústria alimentícia, tem sido associado a
alterações vasculares. A absorção e o metabolismo da frutose diferem da glicose e
não estão sujeitos aos mesmos mecanismos regulatórios, portanto a frutose pode ser
utilizada como substrato para a lipogênese de novo, fator que contribui para o
aumento das frações lipídicas que está associado ao desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. doenças (DCV). As DCV afetam homens e mulheres de maneira
diferente e acredita-se que os hormônios ovarianos tenham um efeito protetor sobre
a disfunção cardiovascular. Embora os estudos sobre o consumo crónico de frutose
sejam bem estudados, os efeitos a curto prazo do elevado consumo de frutose ainda
não foram totalmente esclarecidos.
OBJETIVO: Determinar os efeitos da sobrecarga aguda de frutose na função
vascular de ratas submetidas ou não à ovariectomia. Descrever o papel do tecido
adiposo perivascular e do endotélio nas respostas contráteis da aorta de ratos após
4 dias de sobrecarga de frutose.
MATERIAL E MÉTODOS: Ratas Wistar fêmeas (n=52) foram submetidas a
ovariectomia (OVX) ou cirurgia fictícia (SHAM). Após a recuperação, receberam
solução de frutose (Fr) a 10% (p/v) ou água (Ct) por 4 dias. Peso corporal, consumo
de ração e glicemia plasmática foram medidos. Posteriormente, a aorta torácica foi
dissecada e cortada em segmentos que foram montados em banho de órgãos para
detectar alterações na tensão da parede arterial induzidas por concentrações
crescentes do agonista alfa1-adrenérgico, fenilefrina (Phe). As respostas máximas
(Rmax) e pD2 (-logEC50) à Phe foram expressas como média ± erro padrão da média
e comparadas por meio do teste t de Student e ANOVA 2 vias entre os grupos, sendo
p<0,05 considerado estatisticamente significativo
RESULTADOS: A ovariectomia induziu aumento no consumo de ração no grupo Ct.
A sobrecarga de frutose induziu aumento no ganho de peso no grupo OVX (Peso:
12,10±1,99g) quando comparado tanto com SHAM Fr (Peso: 7,13±1,01g) quanto
com OVX Ct (Peso: 4,42±0, 57g), também tanto a ovariectomia quanto o tratamento
com frutose, isoladamente, promoveram aumento da glicemia plasmática. A
sobrecarga de frutose reduziu o Rmax do grupo OVX (Rmax TAP+/E+: OVX Ct
96,47±7,07 OVX Fr 65,44±3,00) em segmentos de aorta intactos. Sem TAP, o
tratamento com frutose resultou em diminuição do Rmax em ambos os grupos (Rmax
TAP-/E+: SHAM Ct 97,23±4,05 SHAM Fr 69,23±3,33 e OVX Ct 86,54±2,71 OVX Fr
72,51±2,61). Essas diferenças nas respostas contráteis dos anéis aórticos sem TAP
foram eliminadas na ausência de endotélio (Rmax TAP-/E-: SHAM Ct 141,53±4,63
SHAM Fr 135,81±7,03 e OVX Ct 138, 04± 4,28 OVX Fr 146,16±7,70). A incubação
com catalase revelou que a modulação contrátil do peróxido de hidrogênio foi
exacerbada pela sobrecarga de frutose nos grupos SHAM e OVX com anéis aórticos
intactos. Em todos os grupos, a remoção do endotélio induziu aumento na resposta
contrátil, além disso, a incubação com L-NAME aumentou a resposta contrátil em
todos os grupos, mas os grupos Fr não apresentaram alteração na sensibilidade.
CONCLUSÃO: Os resultados encontrados indicam que a frutose influencia a
modulação anti-contrátil exercida pelo TAP e pela camada endotelial na contração
induzida pela Phe em anéis isolados da aorta de ratas e os hormônios ovarianos
parecem não ter influência sobre essas alterações na função vascular promovidas

pelos 4 dias de sobrecarga de frutose. Além disso, o consumo de frutose, mesmo
que por curto período, foi suficiente para aumentar o ganho de peso e a glicemia
plasmática.

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