PREDITORES DE MORTALIDADE E RECUPERAÇÃO FUNCIONAL APÓS TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO GRAVE: UM ESTUDO OBSERVACIONAL PROSPECTIVO DO TIPO
COORTE.

Nome: JESSICA VAZ GONCALVES

Data de publicação: 06/10/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FERNANDO ZANELA DA SILVA AREAS Orientador

Resumo: Traumatismo cranioencefálico grave consiste em um grande desafio para a saúde
pública mundial, sendo considerado a principal causa de mortalidade e incapacidade
em adultos jovens. Alguns fatores clínicos, neurocirúrgicos e sociodemográficos já
foram descritos como preditores de maiores riscos de mortalidade hospitalar e
menores níveis de recuperação funcional após o evento traumático. A identificação
desses fatores preditivos é fundamental para conduzir estratégias de tratamento e de
prognóstico, assim como para guiar políticas de saúde pública para esta população.
O objetivo deste estudo foi identificar os preditores de mortalidade e de recuperação
funcional ao longo da admissão hospitalar até 12 meses após TCE grave. Trata-se de
um estudo prospectivo observacional do tipo coorte que foi realizado em um hospital
de referência em trauma no estado do Espírito Santo, Brasil. Todos os indivíduos com
diagnóstico de TCE grave com idade superior a 18 anos admitidos dentro de um
período de 1 ano foram incluídos. Os desfechos analisados foram mortalidade
hospitalar e nível de recuperação funcional avaliado através da Escala de Desfecho
de Glasgow – Estendida (GOSE) no momento da alta hospitalar, 3, 6 e 12 meses após
o TCE. Após aplicar os critérios de inclusão, 383 pacientes foram incluídos, dos quais
211 (55%) foram à óbito e 172 (45%) sobreviveram à hospitalização. Destes, 145
completaram o follow-up de 1 ano. A idade média foi de 49 anos, 80% eram indivíduos
do sexo masculino e queda (46,5%) foi a principal causa da lesão. No modelo final de
regressão logística binomial, idade acima de 65 anos, dias em assistência ventilatória
mecânica (AVM), nível de escolaridade baixo foram fortes preditores de recuperação
funcional desfavorável ao longo dos 12 meses após o trauma. Alterações pupilares,
como anisocoria e midríase, frequência respiratória elevada, declínio da temperatura
corporal, pontuações >25 no Escore de Gravidade da Lesão (ISS) e realização de
craniectomia descompressiva estiveram associadas a um maior risco de mortalidade
hospitalar. Este estudo foi o primeiro a investigar os fatores preditivos de mortalidade
e recuperação funcional um ano após TCE grave na população brasileira. A taxa de
mortalidade mais alta em pacientes com TCE em comparação tanto a países de alta
renda (HICs) quanto em países de baixa e média renda (LMICs), destaca a
importância de considerar disparidades regionais ao desenvolver e implementar
estratégias de manejo do TCE em todo o mundo.

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