Efeito antihipertensivo do diminazeno, um ativador da ECA-2, em ratos com hipertensão arterial.

Resumo: A hipertensão arterial (HA) constitui importante problema de saúde pública. A prevalência de HA no Brasil situa-se em 30% (população adulta) e este índice pode aumentar nas próximas décadas em função da pandemia de obesidade e envelhecimento da população. Apesar da melhoria dos tratamentos da doença nas últimas décadas, cerca de 10 a 15% dos hipertensos não conseguem normalizar a pressão, mesmo com tratamento otimizado com até 4 drogas antihipertensiva caracterizando-se o que se denomina ‘hipertensão resistente’. Esse dado reforça a necessidade de ampliar estudos para descobrir novos alvos terapêuticos no tratamento da doença e prevenção de suas consequências, como a cardiomiopatia hipertensiva. Um alvo a ser explorado neste projeto é a via enzima conversora de angiotensina-2 (ECA2)/angiotensina 1-7/receptor Mas, a qual contrabalança a via clássica do SRA (angiotensina II-receptor AT1), pois induz vasodilatação e queda da pressão arterial. No coração, reduz a hipertrofia e atenua a fibrose reativa. A fibrose cardíaca tem uma importância crucial na hipertensão, pois constitui uma das principais causas da redução da complacência ventricular, disfunção diastólica e evolução para insuficiência cardíaca. O objetivo do presente estudo será determinar o potencial terapêutico de uma droga que ativa a ECA-2 (diminazeno-DIZE) e que potencialmente aumentaria os níveis circulantes de Ang-(1-7). Estudos prévios em nosso laboratório mostraram efeito hipotensor do DIZE em ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Neste projeto será dado seguimento a esta linha de pesquisa buscando-se caracterizar o efeito do composto por via oral e explorar os mecanismos do efeito hipotensor. Ratos SHR e seus respectivos controless (Wistar Kyoto) serão tratados por via oral (4 semanas) com DIZE (3, 10 e 30 mg/Kg) por gavagem ou veículo. A PA será monitorada por plestimografia de cauda. Ao final do tratamento a estrutura e a função do coração serão determinadas por ecocardiografia (sob anestesia inalatória superficial) e, em seguida, por cateterismo cardíaco para aferição da pressão diastólica final, pressão de pico e dP/dt máximo positivo e negativo. Ao final do experimento será obtida a curva pressão-volume no coração parado em diástole para determinação da rigidez da câmara ventricular. Em seguida, os corações serão, em parte, fixados em formalina e incluídos em parafina e em outra parte congelados a -80oC para posterior análises bioquímicas. A hipertrofia dos cardiomiócitos e a fibrose cardíaca intersticial e perivascular serão avaliadas em cortes histológicos (picrosirius + HE). A análise da expressão protéica será feita por western blot e sua distribuição tecidual será analisada através de imunohistoquímica (de proteínas selecionadas). Anticorpos serão usados na detecção de proteínas de interesse: ECA2, ECA, ECA fosforilada (p-ECASer1270), receptores AT1 e Mas, eNOS, eNOS fosforilada na Ser117, TGF-β1, SMAD 2/3, SMAD 2/3 fosforilada, ERK 1/2, ERK ½ fosforilada, colágenos I e III, angiotensina II e angiotensina 1-7. Os resultados dos experimentos serão analisados meio de acurado cruzamento entre os dados biológicos e funcionais no intuito de avaliar os efeitos, ainda desconhecidos, do DIZE na cardiomiopatia hipertensiva no modelo SHR, bem como os mecanismos basais envolvidos, ampliando os conhecimentos de base para uma futura perspectiva terapêutica.

Data de início: 01/03/2017
Prazo (meses): 48

Participantes:

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Coordenador JOSE GERALDO MILL
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