EFEITO DAS CÉLULAS TRONCO NA PREVENÇÃO DA REESTENOSE VASCULAR EM CAMUNDONGOS HIPERCOLESTEROLÊMICOS

Resumo: O sistema cardiovascular desempenha um papel essencial para o bom funcionamento dos demais sistemas do organismo, pois possibilita a perfusão dos tecidos transportando para estes os elementos essenciais e retirando-lhes os catabólitos do metabolismo intracelular. Para a manutenção destas funções, o organismo possui mecanismos neurais, humorais e locais de regulação da função cardiovascular que interagem entre si. Os mecanismos locais de regulação cardiovascular envolvem primariamente os vasos que conduzem o sangue e que são compostos por três camadas. A íntima é composta por uma camada única de células endoteliais imersas em matriz extracelular. Uma das principais funções do endotélio é manter o tônus vascular, controlando a contração e o relaxamento do músculo liso subjacente. Os elevados níveis de colesterol, principalmente da lipoproteína de baixa densidade, alteram a permeabilidde e secreção da membrana celular. A hipercolesterolemia faz com que os monócitos fiquem aderentes ao endotélio, particularmente nas junções intercelulares. Estes monócitos migram para o espaço sub-endotelial, aonde começam a acumular e se tornam células espumosas. A típica placa ateromatosa é caracterizada pela capa fibrosa que recobre um centro necrótico composto por restos celulares, colesterol e altas concentrações de fatores teciduais trombogênicos secretados pelos macrófagos. As lipoproteínas contém, além do colesterol e triglicerídeos, apolipoproteínas. Dentre estas liproteínas, a apolipoproteína E (apoE) vem sendo uma das mais investigadas pois está presente no transporte de quilomícrons para o fígado e das lipoproteínas-colesterol para os tecidos. Devido ao avanço das técnicas de biologia molecular foi possível a criação de um modelo murino para a deficiência da apoE visando que apresenta níveis de colesterol plasmático total 5-6 vezes maior que os seus camundongos controles C57BL/6J e desenvolvem hipercolesterolemia sem necessidade de dieta rica em colesterol. A evolução temporal do desenvolvimento da aterosclerose nos camundongos apoE knockout, tem mostrado que a formação das lesões neste animal são similares àquelas que ocorrem em animais de grande porte e nos seres humanos. As síndromes isquêmicas, como a angina e o infarto do miocárdio, decorrem do desenvolvimento de placas gordurosas, ou ateromas, nas artérias coronárias que reduzem a luz dos vasos, se rompem e desencadeiam a formação de trombos que acabam obstruindo a artéria por completo. Estudos tem demonstrado que as células tronco hematopoiéticas e as células progenitoras endoteliais (CPE?s) são derivadas de um precursor comum, o hemangioblasto e podem ser encontradas no sangue periférico, baço e medula óssea. As CPE?s possuem um importante papel na regeneração tecidual em todo sistema cardiovascular e recentes achados demonstraram que o número de CPE´s se correlaciona inversamente com aterosclerose, disfunção endotelial, infarto do miocárdio, reestenoses vasculares e também com a idade. Outros estudos também tem demonstrado a importância das CPE?s para uma rápida re-endotelização pós-injúria vascular. Sabe-se que a lesão endotelial é um importante passo para o desenvolvimento da aterosclerose e reestenose após a angioplastia. A histologia das lesões por reestenose tem revelado a presença de tecido misto, caracterizado por células com formas estreladas, células musculares lisas rodeadas por matriz de proteoglicanos, mínima proliferação celular e praticamente ausência de células endoteliais. Considerando que a rápida re-endotelização efetivamente enfraquece a proliferação muscular lisa e a formação da neoíntima é, portanto, de especial interesse com relação a prevenção da reestenose após angioplastia que se investigue o mais rápido possível o potencial terapêutico destas células tronco nesta patologia.

Data de início: 01/03/2009
Prazo (meses): 24

Participantes:

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Coordenador SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES
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