Fatores de risco cardiovascular em escolares pré-púberes de Luanda - Angola

Nome: AMILCAR BERNARDO TOME DA SILVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 11/08/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JOSE GERALDO MILL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE COSTA PEREIRA Examinador Externo
DALTON VALENTIM VASSALLO Examinador Interno
JOSE GERALDO MILL Orientador
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA Examinador Externo
ROBERTO DE SA CUNHA Examinador Interno

Resumo: A incidência de doenças cardiovasculares tem aumentado no mundo inteiro e estudos têm sugerido que os preditores podem ser detetados na infância. A acumulação excessiva de gordura parece predispor à hipertensão, ao diabetes e às dislipidemias, três condições fortemente associados ao risco cardiovascular em adultos. Os fatores de risco cardiovascular (CV) têm surgido cada vez mais precocemente em crianças, sendo um problema que cresce rapidamente em muitos países, especialmente naqueles experimentando um crescimento económico acelerado onde o estilo de vida e os hábitos alimentares tendem a mudar rapidamente. A rigidez arterial avaliada pela velocidade da onda de pulso (VOP) carótido-femoral é forte preditor de risco CV, mas pouco aplicada em crianças por escassez de valores referência. Portanto os objetivos foram determinar a associação do peso à nascença com os fatores de risco cardiovascular, identificar preditores e determinar valores de referência da VOP em escolares pré-púberes de Luanda, Angola.
Métodos: Estudo transversal de 198 meninos e meninas pré-púberes (7-11 anos) matriculados em uma escola pública. Os exames clínicos, bioquímicos e antropométricos foram obtidos em um dia pré-agendada. As crianças apresentaram-se à Faculdade de Medicina em jejum para retirar amostra de sangue venoso e obter medidas antropométricas (altura, peso, circunferências da cintura e quadril), pressão arterial (PA) e eletrocardiograma. Os dados são apresentados como prevalência (% e limite de confiança de 95%) ou como médias e desvio padrão. As comparações intergrupos foram realizadas com o teste t Student ou ANOVA seguido pelo teste de Tukey. O grau de associação entre as variáveis contínuas foi obtida pela análise de
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correlação de Pearson. Preditores de pressão arterial e VOP foram obtidos por análise multivariada. A significância estatística foi definida em P <0,05.
Resultados: A média de idade foi de 9,3 ± 1,41 anos. Cerca de 7,6% das crianças nasceram com baixo peso (<2,5 kg). A prevalência de sobrepeso/obesidade foi 17,7% (IC95%; 12,4 - 23,0), sendo (7,1% sobrepeso e 10,6% de obesidade). A PA estava elevada em 14,6% (IC95%; 9,69 - 19,5), com 10,1% de pré-hipertensão e 4,5% de hipertensão, enquanto a glicemia elevada foi 16,7% (IC95%; 14,5 - 18,9) mas apenas 1 caso poderia ser portador de diabetes. A média de colesterol foi de 171,8 ± 34,1 mg/dL e prevalência de dislipidemia foi de 69,2% (IC95%; 62,8 - 75,6), hipertrigliceridemia (27,3%) e HDL-c baixo (9,6%), sendo o único fator de risco que apresentou diferença entre sexo (meninos 18,2% vs meninas 4,1%; P=0,002). Considerando os fatores de risco CV mais frequentes em crianças (sobrepeso/obesidade, PA elevada, glicemia elevada, colesterol total elevado e HDL-c baixo), verificou-se que 35,9% tinham um fator de risco, 25,3% dois e 27,8% três ou mais fatores. Os preditores da PA sistólica foram a circunferência do quadril, VOP e IMC, enquanto a massa gorda foi para PA diastólica. O único preditor independente de VOP foi a estatura. No entanto, nenhuma associação foi detectada entre IMC com glicemia elevada ou dislipidemia. Conclusão: Existe alta prevalência de fatores de risco cardiovascular em escolares pré-púberes em Angola. O peso à nascença teve associação direta com o sobrepeso/obesidade, que foi estritamente associado com PA elevada, mas não a outros fatores de risco cardiovascular clássicos.
Palavras-chave: Risco Cardiovascular; Sobrepeso/obesidade; Pressão arterial; Criança pré-púbere; Velocidade da Onda de Pulso; Angola

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