Estudo do efeito neuroprotetor do inibidor da faah urb597 na neurotoxicidade causada pelo consumo de álcool em binge por ratos adolescentes.

Nome: RENAN PELIÇÃO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 02/01/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LÍVIA CARLA DE MELO RODRIGUES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO LUCIO TEIXEIRA JUNIOR Examinador Externo
MARCELO PERIM BALDO Examinador Interno

Resumo: O consumo pesado episódico (binge) de álcool durante a adolescência pode trazer sérias consequências neurotóxicas, especialmente para áreas cerebrais como o córtex pré-frontal (CPF), de amadurecimento tardio e envolvido no abuso e dependência de drogas e em processos cognitivos, e o hipocampo, relacionado à memória declarativa. O sistema endocanabinóide parece estar relacionado à neuroproteção, uma vez que muitos estudos demonstram que a ativação de seus receptores diminui os o estresse oxidativo e a resposta inflamatória em doenças do sistema nervoso central. Considerando a hipótese que os endocanabinóides podem proteger o cérebro dos prejuízos causados pelo consumo de etanol em binge, esse estudo investigou o efeito do inibidor da enzima de metabolização do endocanabinóide anandamida (hidrolase amida de ácidos graxos FAAH), o URB597, no estresse oxidativo e neuroinflamação induzidos pelo consumo de álcool em binge agudo ou crônico por ratos adolescentes. Para tanto os animais foram submetidos à administração Intraperitonial (IP) de URB597 (0.3 mg/kg) ou veículo seguidos, após 40 minutos, da administração Intragástrica (IG) de etanol (3 e 6 g/kg) ou água destilada em 3 sessões consecutivas (binge agudo) ou 3 sessões consecutivas durante 4 semanas (binge crônico). Os animais dos grupos binge agudo e crônico também foram submetidos ao teste de reconhecimento de objetos. Os resultados demonstram que o álcool em binge agudo nas doses de 3 e 6 g/kg e crônico na dose de 6 g/kg induziu estresse oxidativo no CPF, e o tratamento prévio com URB597 reduziu esse efeito. O consumo de álcool em binge crônico nas doses de 3 e 6 g/kg aumentou os níveis da neurotrofina BDNF e da citocina pró-inflamatórias TNF-α no CPF e hipocampo de ratos adolescentes. O tratamento prévio com o URB597 foi capaz de reduzir os níveis de BDNF e TNF-α. O álcool em binge crônico também aumentou os níveis da citocina IL-10 nas doses de 3 e 6 g/kg no CPF de ratos adolescentes. O tratamento prévio com o URB597 foi capaz de reduzir esse aumento. O consumo de álcool em binge agudo na dose de 3 g/kg prejudicou a memória de longo prazo (24 h) de ratos adolescentes na tarefa de reconhecimento de objetos, e o tratamento prévio com o URB597 reduziu esse prejuízo. Para o binge crônico o consumo de álcool na dose de 6 g/kg prejudicou a memória de longo prazo na tarefa de reconhecimento de objetos. Entretanto a administração prévia de URB597 não foi capaz de reduzir esse efeito de prejuízo. Em síntese, os resultados deste estudo apontam para o envolvimento do sistema endocanabinóide na neuroproteção contra a neurotoxicidade causada pelo consumo de álcool em binge por ratos adolescentes.

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