Efeitos do Exercício Físico e da Terapia Estrogênica Sobre a Reatividade Vascular de Aorta de Ratas Espontaneamente Hipertensas Ovariectomizadas: Papel do Sistema Renina-angiotensina

Nome: PATRICK WANDER ENDLICH
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/09/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AGATA LAGES GAVA Examinador Interno
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador
MARIA JOSÉ CAMPAGNOLE DOS SANTOS Examinador Externo
NAZARE SOUZA BISSOLI Coorientador
VIRGINIA SOARES LEMOS Examinador Externo

Resumo: As doenças cardiovasculares representam as principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, inclusive em mulheres no período pós-menopausa. Com a diminuição na produção dos estrógenos, observa-se o aparecimento e a elevação de vários fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento dessas doenças. Dentre esses fatores, o aumento da atividade ou up regulation do Sistema Renina-Angiotensina (SRA) tem se destacado como um importante mediador na fisiopatologia de várias doenças, tal qual, a hipertensão. Apesar de vários estudos experimentais relatarem efeitos benéficos da reposição hormonal com estrogênio, especificamente 17β-estradiol (E2), sobre a redução do risco cardiovascular, os resultados de estudos clínicos são inconclusivos. Desta forma, modificações no estilo de vida se fazem necessárias, como a incorporação da prática regular de exercícios físicos. Muitos estudos têm demonstrado que o exercício físico pode influenciar positivamente sobre os principais fatores de risco cardiovascular, inclusive em mulheres na pós-menopausa. O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos do treinamento físico crônico de natação e da terapia estrogênica sobre a reatividade vascular de aorta de ratas espontaneamente hipertensas (SHR) ovariectomizadas com foco na modulação efetuada pelo SRA. Os experimentos foram conduzidos com ratas SHR Sham e ovariectomizadas, as quais foram divididas aleatoriamente em cinco grupos: SHAM (S), ovariectomizadas (OVX), ovariectomizadas+TE2 (OE2), ovariectomizadas+natação (ON) e ovariectomizadas TE2+N (OE2+N). A reposição com E2 foi realizada por meio de injeções s.c. contendo 5 µg de 17β-estradiol três vezes por semana. O protocolo de treinamento de natação foi realizado por sessenta minutos diários, de forma continua, cinco vezes por semana. Tanto a terapia quanto o treinamento tiveram duração de oito semanas. Quarenta e oito horas após a última sessão de treinamento e/ou tratamento, as ratas tiveram a Pressão Arterial Sistólica (PAS) aferida e após sacrificadas, o sangue foi coletado para dosagem de angiotensina II (Ang II). Para o estudo funcional de reatividade de aorta, avaliou-se a resposta vasoconstritora à angiotensina II e vasodilatadora à Ang-(1-7), ainda efetuando bloqueios farmacológicos para elucidar o mecanismo de ação. A avaliação da expressão das proteínas do SRA em aorta foi realizada por Western Blotting. Os resultados encontrados demonstram que, o grupo ON e OE2+N apresentaram aumento nos níveis plasmáticos de Ang II, que não foi acompanhado por aumento na PAS. A ovariectomia causou um aumento da resposta vasoconstritora a Ang II e diminuição da vasodilatação de Ang-(1-7), que foi prevenida pelo exercício físico ou pela sua associação com a TE2. Além disso, o abrandamento da resposta vasoconstritora a Ang II, assim como o aumento da vasodilatação a Ang-(1-7) parece ter ocorrido por um mecanismo envolvendo o receptor AT2 e Mas, que tiveram sua expressão aumentada no grupo ON e OE2+N. No grupo ON a eficiência funcional destes receptores foi auxiliada pelo aumento na capacidade anti-oxidante, efetuada pela superóxido dismutase. Pôde-se concluir que tanto o treinamento físico quanto a reposição com E2 exercem efeitos cardioprotetores, e a prática regular do exercício físico pode ser uma excelente alternativa à terapia estrogênica em mulheres na pós-menopausa, haja vista que a associação da TE2 ao exercício não promoveu efeitos somatórios.

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