Efeitos agudos e crônicos da fluoxetina em modelos experimentais de pânico, ansiedade e depressão de ratos adultos submetidos ao isolamento social neonatal

Nome: CRISTIE SETUBAL BERNABÉ
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/04/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUIZ CARLOS SCHENBERG Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA SANTANA DE VASCONCELLOS BITTENCOURT Examinador Interno
HÉLIO ZANGROSSI JUNIOR Examinador Externo
LUIZ CARLOS SCHENBERG Orientador
VANESSA BEIJAMINI HARRES Examinador Externo

Resumo: Estudos clínicos sugerem que a ansiedade de separação na infância (ASI) facilita a ocorrência dos ataques de pânico (AP) na vida adulta. Por outro lado, o isolamento social neonatal (ISN) e os comportamentos defensivos eliciados pela estimulação elétrica da matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPAd) tem sido propostos como os modelos experimentais de ASI e AP, respectivamente. De fato, dados recentes do nosso laboratório mostraram que o ISN facilitou os comportamentos defensivos de exoftalmia, imobilidade, trote, galope e salto evocados pela estimulação elétrica da MCPAd de ratos adultos. Em contraste, estudos epidemiológicos mostraram que os AP são influenciados somente por fatores genéticos e eventos não compartilhados vivenciados na fase adulta. Como os inibidores seletivos de recaptação da serotonina são as drogas de primeira escolha no tratamento dos transtornos de ansiedade, nós verificamos os efeitos do tratamento crônico de 21 dias com fluoxetina (FLX, 1 e 2 mg/kg/dia, I.P), salina (SAL) e ratos sem tratamento (FIC) em modelos experimentais de pânico, ansiedade e depressão de ratos ISN. Ainda, nós removemos o isolamento social agrupando ratos adultos no período pós-cirúrgico para testar a influência deste evento nos AP em ratos ISN. O ISN foi realizado separando toda a ninhada da sua mãe por 3 horas diárias durante o período de lactação (dias pós-natal 2-21, PN2-PN21). Os filhotes separados (P, n=83) eram colocados em caixas individuais enquanto suas mães eram transferidas
para uma caixa nova num ambiente distinto ao de criação. Os controles (NP, n=80) permaneceram com suas mães e eram submetidos a mesma manipulação do grupo P. Ambos os grupos foram subdivididos para os tratamentos FIC, SAL, FLX1 e FLX2. A cirurgia de implantação de eletrodos era realizada no PN52, os estímulos elétricos no PN59 (sessão-triagem), PN60 (efeitos agudos), e PN67, PN74 e PN81 (efeitos crônicos). A ansiedade foi medida pelos testes do labirinto-em-cruz elevado (PN82) e do campo aberto (PN83), enquanto a anedonia e depressão pelos testes do consumo de sacarose (PN78-PN81) e da natação forçada (PN84), respectivamente. Nossos resultados mostraram que o grupo P foi mais depressivo (p<0.001), comportamento revertido pelo tratamento com FLX (p<0.01). Os tratamentos do grupo P tiveram um aumento de até 60% dos limiares defensivos (&#61508;I50) em função do tempo (p<0,001) e uma facilitação destes comparados aos NP (&#61508;I50 até -15,4%, p<0,001). No grupo NP, apenas a FLX2 promoveu aumento dos limiares defensivos (&#61508;I50= até 70%, p<0,0001). A redução das respostas tipo-depressivas do presente estudo corroboraram com a literatura e demonstraram o efeito antidepressivo da FLX em ratos ISN. Embora com reduções menos expressivas, este estudo corroborou os dados prévios da facilitação dos comportamentos defensivos produzidos pela estimulação da MCPAd de ratos ISN. Enquanto o grupo P não teve distinção das suas medianas em nenhum dos tratamentos empregados, somente FLX2 do grupo NP teve seus limiares defensivos elevados. O aumento gradual das medianas do grupo P em decorrência das estimulações semanais sugere um déficit motivacional tal qual como ratos depressivos submetidos ao desamparo aprendido.

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