Efeito do tratamento com quercetina sobre a nefropatia diabética em camundongos teroscleróticos
Nome: ISABELE BESERRA SANTOS GOMES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/11/2010
Orientador:
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Papel |
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ELISARDO CORRAL VASQUEZ | Orientador |
Banca:
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Papel |
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ELISARDO CORRAL VASQUEZ | Orientador |
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA | Examinador Externo |
MARGARETH RIBEIRO MOYSES | Examinador Interno |
MARIA CARMEN FERREIRA DOS SANTOS | Examinador Externo |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Suplente Interno |
Resumo: A dislipidemia tem um papel importante no aumento do risco de morbi-mortalidade em pacientes diabéticos por acelerar quadros de doenças macro e microvasculares.
Estudos clínicos sugerem que a dislipidemia é um fator de destaque na progressão de doenças renais conseqüentes do diabetes. A quercetina tem sido descrita como um flavonóide com inúmeros efeitos benéficos a saúde, como proteção ao sistema cardiovascular e efeitos antiinflamatórios. Devido aos conhecidos efeitos deletérios
do diabetes, o objetivos de nosso estudo foi avaliar o efeito da quercetina sobre a nefropatia diabética em camundongos C57BL/6 e apoE knockout (apoE(-/-)) com diabetes experimental. Foram utilizados camundongos machos, com 8 semanas de idade, divididos nos grupos: controle, diabético veículo e diabético tratado com quercetina. A indução do diabetes foi feita com injeções de estreptozotocina
100mg/kg/day, i.p., diluída em tampão citrato, por 3 dias consecutivos, o grupo controle recebeu apenas o tampão citrato. Os animais tratados com estreptozotocina com glicemia inferior a 250mg/dL foram excluídos do estudo. Seis semanas após a indução do diabetes os animais foram divididos em dois grupos, o grupo veículo que recebeu óleo de soja e o grupo tratado que recebeu uma suspensão de quercetina (10 mg/kg), por via oral, diariamente, durante 4 semanas. Na décima semana os
animais foram eutanasiados, o sangue foi coletado para as dosagens bioquímicas; a urina foi coletada para dosagem de creatinina e determinação de proteinuria e os rins foram fixados para a avaliação histológica. Todos os procedimentos foram submetidos a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Animais Experimentais da EMESCAM (013/2007). Os dados estão expressos em média ±
EPM e para a análise estatística foi utilizado o teste ANOVA de duas vias seguido de post hoc de Fisher, p <0,05 foi considerado significante. Os animais diabéticos apresentaram um aumento significante na glicemia, poliúria e proteinúria quando comparados aos grupos controles. O grupo diabético também mostrou indícios de
disfunção renal, evidenciados pelo aumento na creatinina plasmática e urinária, uréia plasmática e proteinúria. Na avaliação histológica da nefropatia diabética foi observado um aumento da deposição de matriz extracelular no glomérulo e hipertrofia glomerular. O tratamento com quercetina levou a redução da glicemia em ambos os grupos diabéticos, bem como reduziu as taxas de triglicerídeos e creatinina plasmática. Houve uma melhora na função renal com um aumento no 9
clearance de creatinina e diminuição da proteinúria. Os resultados histológicos mostraram uma diminuição na deposição de matriz extracelular glomerular e uma redução na área do tufo glomerular nos grupos diabéticos. As espécies reativas de oxigênio desempenham um papel fundamental na patofisiologia do processo de dano renal no diabetes, com isso a atividade antioxidante da quercetina auxilia na
proteção dos rins aos danos oxidativos. O tratamento com quercetina demonstrou um efeito hipoglicemiante e um papel protetor renal contra os danos provocados pelo diabetes.