Efeitos do hipertireoidismo em modelos experimentais de ansiedade, pânico e depressão em ratos.

Nome: MONIQUE PEREIRA DO NASCIMENTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/08/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUIZ CARLOS SCHENBERG Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA SANTANA DE VASCONCELLOS BITTENCOURT Examinador Interno
FRANCISCO SILVEIRA GUIMARÃES Examinador Externo
LUIZ CARLOS SCHENBERG Orientador

Resumo: Observações clínicas e experimentais sugerem que 2/3 dos pacientes com doença tireoidiana apresentem distúrbios psiquiátricos. Contudo, os dados clínicos são bastante contraditórios. Assim, avaliamos os efeitos do hipertireoidismo experimental produzido pela administração de L-tiroxina (T4) sobre índices de atividade exploratória, ansiedade, pânico e depressão dos testes da arena (AR, open field), interação social (IS), natação forçada (NF), labirinto-em-cruz elevado (LCE) e labirinto-em-T elevado (LTE). Adicionalmente, avaliamos os efeitos destes tratamentos sobre os comportamentos de defesa induzidos pela estimulação elétrica da matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD), um modelo de ataque de pânico. Ratos Wistar machos (n=58) foram implantados com eletrodos na MCPD e, 5 dias após, estimulados com pulsos de intensidades crescentes (sessão-triagem). Os ratos que apresentaram galopes com intensidades inferiores a 70 µA foram tratados por 10 dias (i.p.) com salina (controles), ou com 30 µg/dia e 60 µg/dia de T4 (grupos T30 e T60, respectivamente). Os efeitos agudos sobre as respostas de defesa da MCPD foram avaliados no dia seguinte à sessão-triagem, e os efeitos crônicos neste e nos outros testes, 10 dias após. Os níveis plasmáticos de T3 e T4 e os efeitos comportamentais de T4 foram avaliados por ANOVA seguida de testes-t para amostras independentes. Os efeitos sobre os comportamentos de defesa da MCPD foram avaliados por análise logística de limiares. As diferenças foram consideradas significantes para P<0,05. Embora os grupos não tenham diferido quanto ao peso final, eles apresentaram aumentos similares, porém, significantes, dos níveis plasmáticos de T3 e T4, em cerca de 60% e 50%, respectivamente. No LCE, houve um aumento significante da porcentagem de entrada no braço aberto, sugerindo um efeito ansiolítico. Contudo, os índices de ansiedade não foram reduzidos nos testes de IS, AR e LTE. No conjunto, estes resultados sugerem que o sintoma de nervosismo relatado por 99% dos pacientes com hipertireoidismo, sejam distintos da ansiedade dos modelos experimentais empregados neste estudo. Por outro lado, no teste da AR, a T4 aumentou as respostas de levantar, explorar, olfação e locomoção periférica, confirmando os dados clínicos de hiperatividade. Contrariamente, a T4 aumentou o tempo de imobilidade na NF, sugerindo um efeito pró-depressivo específico. Adicionalmente, embora a menor dose de T4 tenha reduzido a latência de fuga no LTE, sugerindo um efeito panicogênico, a administração aguda ou crônica da mesma dose causou aumentos significantes dos limiares de imobilidade, exoftalmia, trote, galope e salto no modelo de pânico por estimulação da MCPD, sugerindo um efeito panicolítico. O grupo T60 também apresentou aumentos significantes dos limiares de galope, tanto no tratamento agudo quanto no tratamento crônico. Embora os efeitos do hipertiroidismo sugiram que os modelos de pânico do LTE e da MCPD mobilizem mecanismos diferentes, os resultados não foram conclusivos, tal como ocorre na literatura clínica sobre a comorbidade destes transtornos. Por fim, como não houve perda de peso dos animais, nossos resultados sugerem que o hipertireoidismo leve cause hiperatividade e predisponha o indivíduo à depressão.

Palavras-chaves: Hipertiroidismo, Matéria Cinzenta Periaquedutal, Ansiedade, Pânico, Depressão, Estimulação Elétrica Intracraniana.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105