Efeitos do Gadolínio sobre a reatividade vascular em aorta de ratos
Nome: JHULI KELI ANGELI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/11/2009
Orientador:
Nome | Papel |
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DALTON VALENTIM VASSALLO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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DALTON VALENTIM VASSALLO | Orientador |
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA | Examinador Externo |
IVANITA STEFANON | Examinador Interno |
Resumo: O Gadolínio (Gd), na concentração de 3M, usado in vitro inibe de forma eficiente a atividade das NTPDases e, dessa maneira, é capaz de bloquear a hidrólise intracelular e extracelular do ATP e ADP. A partir da hidrólise destes nucleotídeos à formação de adenosina, potente vasodilatador. A adenosina é um nuclesídeo endógeno envolvido na modulação de várias funções fisiológicas, incluindo o tônus vascular.
Objetivo: Investigar se o bloqueio da atividade das NTPDases com Gd afeta a reatividade vascular.
Materiais e Métodos: Foram utilizados anéis isolados de aorta de ratos Wistar (250 à 290g). A reatividade vascular foi analisada através de curvas concentração-resposta à fenilefrina (FE,10-10 a 10-4 M), na presença de 3µM Gd, 100µM L-NAME, 1mM ATP, 50µM 8-SPT, 5mM TEA, 10µM losartan, 10µM enalapril. A reatividade também foi avaliada na ausência do endotélio vascular. Também foi avaliada a resposta a 1mM de ATP depois da pré-contração com 10-4 M de FE e o papel do cálcio intracelular e extracelular sobre a resposta contrátil induzida pela fenilefrina na presença do Gd. A atividade das NTPDases foi mensurada em preparação de aorta usando Gd (75 e 100 M). Os níveis de purinas no banho foram quantificados por cromatografia líquida de alta pressão (HPLC). Os dados estão expressos como média ± EPM. Para análise estatística foi utilizado o teste-t de Student não pareado e ANOVA 1 via seguido pelo teste de Fishers LSD (Protected t-test).
Resultados: Gd aumentou a resposta máxima (Rmax., 71.28 ± 2.73 para 101.4 ± 6.40%) e a sensibilidade, pD2(6.69 ± 0.10 para 10.14 ± 2.41) sendo essa resposta abolida com a retirada do endotélio. A reatividade foi aumentada após incubação com L-NAME. Porém não houve diferença significante entre as curvas L-NAME e L-NAME + Gd e entre as curvas TEA e TEA+Gd. O ATP reduziu o Rmax. (Ct, 70.33 ± 3,64 para ATP, 32.16 ± 7,17 %) mas não alterou o pD2. A Rmax. foi alterada entre as curvas ATP e ATP+ 8-SPT (32.16 ± 7,17 para 36.98 ± 6.15 %) respectivamente.Os efeitos do grupo enalapril e losartan mostraram resultados semelhantes, sendo a resposta inalterada tanto na pD2 quanto na Rmax. Entre os grupos estudados (Losartan + Gd vs Gd e Enalapril + Gd vs Gd). A atividade das NTPDases foi inibida com 75 µM de Gd (hidrólise do ATP) e 100 M Gd (hidrólise do ATP e ADP) em homogenato de aorta. Na análise dos níveis de purinas não ocorre aumento significativo de adenosina e ADP. Entretanto os níveis de ATP mostraram-se aumentado comparados aos grupos ATP (291.75 ± 53.75 nmol/ml) e ATP+Gd (666.25± 5.25 nmol/ml).
Conclusões:Os resultados presentes neste trabalho demonstram que em vasos de condutância, como a aorta, o Gd provoca aumento da reatividade vascular à FE,de maneira endotélio dependente. Além disso, comprovou-se a eficiência do Gd como inibidor da NTPDases. Este achado é reforçado pela ação vasodilatadora do ATP está aumentada depois do tratamento com Gd. O efeito vasoconstrictor do Gd não parece estar relacionado nem com o bloqueio da produção de NO, nem com ativação de canais para potássio e nem com inibição da produção de adenosina. Entretanto essa ação de aumento da resposta vascular endotélio dependente, ocasionada pelo uso de 3μM de Gd, envolve estimulação da ECA e dos receptores de angiotensina II, AT1 .