Efeitos cardiovasculares e renais promovidos pelo tratamento crônico com tamoxifeno em ratas ooforectomizadas, normotensas e espontaneamente hipertensas

Nome: WALCKIRIA GARCIA ROMERO SIPOLATTI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/08/2007
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador
MARIA HELENA COSTA AMORIM Examinador Externo
SONIA ALVES GOUVEA Examinador Interno

Resumo: No Brasil, tanto as doenças cardiovasculares como o câncer de mama são patologias que atingem grande parte da população feminina, principalmente na pós-menopausa. Coincidentemente, a faixa etária de risco para estas patologias (cardiovasculares e neoplásicas) é a mesma, havendo necessidade de avaliação conjunta em mulheres com câncer de mama e riscos cardiovasculares. Apesar de estar associado à redução dos riscos cardiovasculares, o estrogênio também contribui para o desenvolvimento da maioria dos cânceres de mama em mulheres. Desde 1998 o tamoxifeno foi aprovado para profilaxia do carcinoma mamário em mulheres de alto risco de desenvolvimento de câncer na mama contra lateral. Esta droga age como agonista dos receptores de estrogênio em alguns tecidos, e antagonista em outros, sendo por esta razão, conhecida como modulador seletivo dos receptores de estrogênio - SERMs. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do tamoxifeno sobre o metabolismo corporal, função renal, sistema cardiovascular, lipoproteínas e função hepática. O experimento foi composto por 36 ratas, castradas cirurgicamente, divididas em 4 grupos (n=9): Wistar controle (WC) e tratado com tamoxifeno (WT); ratos espontaneamente hipertensos-SHR controle (SC) e tratado com tamoxifeno (ST). Os animais foram mantidos em gaiolas metabólicas por 90 dias com livre acesso a ingestão de água e ração. O tamoxifeno foi administrado sobre a ração moída na concentração de 0.1 mg/dia/100g de peso corporal do animal. Diariamente, o volume ingerido de água, diurese e consumo de ração foram verificados e anotados. O peso corporal foi verificado semanalmente para ajuste da droga. Após o término do tratamento, as ratas foram anestesiadas com ketamina (10 mg/kg) e xilasina (50 mg/kg), foram feitas cateterizações da artéria femural e artéria carótida (com introdução da cânula até o ventrículo esquerdo-VE) e, após 24 h deste procedimento, com o animal acordado, foram feitas as verificações de pressão arterial média (PAM) e índice de contratilidade miocárdica através da velocidade máxima de desenvolvimento de pressão durante a fase isovolumétrica (dP/dtmax). Os resultados encontrados em nosso estudo demonstram que o ganho de peso corporal dos ratos tratados com tamoxifeno foi substancialmente menor em relação ao grupo controle, apesar do consumo de ração entre os grupos não apresentarem diferença. A relação da ingestão de líquidos/excreção urinária não mostrou diferenças entre os grupos. Em relação ao peso renal, o grupo ST apresentou redução significante do mesmo. Os níveis séricos de sódio, potássio e creatinina, assim como o sódio urinário, não sofreram alteração ao final do tratamento. A análise histopatológica da lâmina renal não demonstrou alteração entre os grupos normotensos e hipertensos. A freqüência cardíaca e pressão arterial média sofreram redução significativa no grupo ST seguido por redução na dP/dtmax. O peso úmido do VE também foi significativamente menor no grupo ST em relação ao controle (SC), porém sem alterações entre o grupo Wistar. O tratamento com tamoxifeno promoveu aumento do HDL colesterol no grupo ST se comparado ao SC, porém sem alterações no grupo Wistar. O LDL colesterol e o colesterol total tiveram redução significante nos animais tratados, normotensos e hipertensos. Níveis sanguíneos elevados de transaminases glutâmico pirúvico (TGP) e maior peso úmido hepático foram encontrados nos grupos WT e ST, em relação a seus controles. Com subsídios nos resultados adquiridos neste trabalho podemos concluir que o tratamento com tamoxifeno, em ratas, contribuiu para a redução de alguns fatores de risco de doença cardiovascular, durante o período de tratamento. O presente estudo abre possibilidades para que novos estudos clínicos possam confirmar os reais efeitos cardiovasculares e renais da terapia com tamoxifeno no tratamento do câncer de mama.

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