Influência do tratamento por 15 dias com baixa concentração de ouabaína na reatividade vascular em artérias de condutância em ratos

Nome: PRISCILA ROSSI DE BATISTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/05/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Examinador Interno
ANA PAULA COUTO DAVEL Examinador Externo
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador
IVANITA STEFANON Examinador Interno

Resumo: A ouabaína é um glicosídeo cardíaco presente no plasma de mamíferos em concentrações nanomolares, que podem estar elevadas em diversos modelos de hipertensão arterial, sugerindo uma associação à gênese e/ou manutenção da mesma. No entanto, estudos de reatividade vascular em estágios iniciais da hipertensão arterial induzida por ouabaína ainda não foram desenvolvidos em artérias de condutância. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento por 15 dias com ouabaína na reatividade vascular do segmento proximal da artéria caudal de ratos que, por sua vez, comporta-se como um vaso de condutância.
Foram utilizados ratos Wistar (n = 68, 250 350g), divididos em grupo controle e tratados com ouabaína, na concentração de 25μg/kg/dia, durante 15 dias. Os animais foram anestesiados com uretana (1,2g / Kg; i.p.) e heparinizados. Após 10 minutos, medidas hemodinâmicas in vivo foram realizadas. Em seguida, o segmento proximal da artéria caudal foi canulado com cateter preenchido com solução nutridora. A cauda foi, então, seccionada em seu terço proximal e perfundida com solução de Krebs sob fluxo constante (2,5 ml/min) à 36°C. O sistema de perfusão foi conectado a um transdutor de pressão ligado a um sistema de aquisição de dados, conectado a um computador para registros contínuos de pressão de perfusão média. A preparação foi submetida à estabilização de 45 minutos para que fosse dado início os protocolos experimentais.
A reatividade vascular à fenilefrina (FE) (0,001-100µg, in bolus) foi avaliada na presença e na ausência do endotélio. A participação dos fatores endoteliais foi analisada através das curvas dose-resposta à FE antes e após administração de L-NAME (100mM), de tetraetilamônio (TEA, 5 mM), de indometacina (10mM), da co-administração com indometacina e L-NAME e, por fim, com deferoxamina (300 mM), com o intuito de investigar, respectivamente, óxido nítrico (NO), fator hiperpolarizante derivado do endotélio (EDHF), prostanóides, bem como a interação de NO e prostanóides. A atividade funcional da Na+K+ATPase foi analisada através da curva de relaxamento ao KCl. As curvas dose-resposta à FE foram analisadas através da diferença da área abaixo da curva (%dAUC). Os dados estão apresentados como média ± EPM. Para análise estatística foi utilizado teste t pareado e não pareado, sendo p < 0,05 considerado estatisticamente significante.
O tratamento com ouabaína produziu aumento de pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e pressão arterial média, porém não modificou a reatividade vascular à FE, nem a modulação endotelial avaliada pela porcentagem da diferença da área abaixo das curvas de FE na presença e ausência do endotélio. A infusão com L-NAME aumentou a reatividade vascular à FE nos dois grupos estudados, porém esse aumento foi maior no grupo tratado com ouabaína. Este comportamento também foi observado diante da perfusão com TEA, sugerindo maior liberação de NO e EDHF nos animais tratados com ouabaína. A perfusão com indometacina não provocou mudanças na reatividade, no entanto, a co-perfusão com L-NAME e indometacina promoveu aumento de reatividade a FE nos dois grupos estudos. Todavia, somente no grupo tratado com ouabaína, esse aumento de reatividade a FE foi menor do que aquele obtido somente após perfusão com L-NAME, sugerindo liberação de prostanóides vasoconstritores. O tratamento com ouabaína também foi capaz de promover aumento do relaxamento ao KCl.
A administração de concentrações nanomolares de ouabaína, por 15 dias, leva ao aumento das pressões arteriais sistólica, diastólica e média, bem como da freqüência cardíaca, porém não promove alteração de reatividade vascular nas artérias de condutância estudadas. Entretanto, aumenta a liberação endotelial de NO, EDHF e prostanóides vasoconstritores, além de sugerir um aumento da atividade da bomba de sódio. Sendo assim, acredita-se que a liberação de fatores vasodilatadores e vasoconstritores se contrabalanceiam entre si, inalterando a reatividade vascular. Os resultados obtidos neste estudo sugerem modificações da participação dos fatores endoteliais no início da hipertensão arterial induzida pela ouabaína.

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