Efeitos do tratamento crônico com tamoxifeno sobre o peso e composição corporal de ratas normotensas de hipertensas

Nome: ANDRESSA BOLSONI LOPES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/03/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEILA MARIA BOLTION Examinador Externo
SONIA ALVES GOUVEA Examinador Externo

Resumo: O tamoxifeno, um agente antiestrogênico não esteroidal, classificado como Modulador Seletivo dos Receptores de Estrogênio (SERMs), tem sido utilizado na prática clínica desde 1970 no tratamento adjuvante para o câncer de mama. Controversamente este SERM possui ações estrogênicas agonistas em diferentes tecidos, como útero, ossos e fígado, e ainda sobre o metabolismo lipídico. As ações agonistas ou antagonistas dos SERMs dependem de sua interação com receptor de estrogênio α and β. Mudanças ponderais e metabólicas têm sido observadas em mulheres durante tratamento para o câncer de mama. O estrogênio, por sua vez, é capaz de modular o tecido adiposo em seus diferentes sítios. Estudos em humanos e em animais experimentais mostram que a reposição com estrogênio leva a redução da deposição de tecido adiposo visceral e ganho de tecido adiposo subcutâneo. Tais evidências apontam para um importante papel do estrogênio na modulação do tecido adiposo branco via lipólise e/ou lipogênese. O objetivo deste estudo foi investigar as causas e mecanismos responsáveis pela perda ponderal promovido pelo tratamento crônico com tamoxifeno em ratas normotensas e hipertensas, ooforectomizadas e não ooforectomizadas. Para este estudo utilizamos ratas Wistar e SHR, com 4 semanas de idade, divididas nos seguintes grupos: ratas normotensas controles (NC), tratadas (NT), ooforectomizadas controles (NOC) e ooforectomizadas tratadas (NOT); e ratas SHR controles (SC), tratadas (ST), ooforectomizadas controles (SOC) e ooforectomizadas tratadas (SOT). O tratamento foi iniciado no 47 º dia de vida, sete dias após cirurgia para ooforectomia. O Tamoxifeno foi administrado uma vez por dia, por via oral (gavage) (1mg/Kg), durante 90 dias consecutivos. Nos grupos controle o veículo administrado foi salina a 0,9 %. O peso corporal foi monitorado semanalmente. E ao fim do tratamento com tamoxifeno os animais foram sacrificados por decapitação e imediatamente removidos os seguintes tecidos: sangue, adiposo visceral, músculo soleus e fêmur. Nossos resultados demonstram que o tamoxifeno promoveu menor ganho de peso corporal provavelmente devido à redução tecido adiposo visceral (NC 49,39±0,9 mg/g; NT 41,5±1,77 mg/g; NOC 73,8±2,61 mg/g e NOT 28,2±1,61 mg/g). As modificações da massa adiposa possivelmente ocorrem por ações agonistas diretas nos receptores de estrogênio do tecido adiposo visceral e indiretamente por aumento do metabolismo via hormônios tireoidianos. Não observamos alterações no peso seco e a concentração protéica do músculo sóleo, bem como, nas proteínas séricas totais e frações. O peso do fêmur de animais ooforectomizados tratados foi superior ao peso do grupo ooforectomizados controles por ações agonistas nos receptores de estrogênio dos ossos. Foi observado elevação dos níveis de TG nos animais ooforectomizados e tratados. Níveis séricos elevados de T4 total por ações diretas nos receptores de estrogênio da glândula tireóide foram encontrados. Futuros estudos deverão esclarecer especificamente o sítio de ação do tamoxifeno responsável pela alterações no tecido adiposo visceral apontados nesse estudo.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105