Diferenças no Desempenho das Funções Frontais nos Subtipos de Alcoolismo, de Acordo Com a Tipologia de Lesch

Nome: MARIA DA PENHA ZAGO GOMES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/03/2008
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ESTER MIYUKI NAKAMURA PALACIOS Orientador

Resumo: Introdução: Alcoolismo é uma doença heterogênea, com apresentações clínicas, resultados terapêuticos e recaídas variáveis, indicando vulnerabilidade biológica diferentes. Lesch e cols (1988) distinguiram quatro categorias de alcoolismo: Tipo I: com sintomas de abstinência grave; Tipo II: usam o álcool como solução para conflitos; Tipo III: usam álcool para tratamento de desordens psiquiátricas, e, Tipo IV: com história pré-álcool de alterações neurológicas. Déficits cognitivos são encontrados em alcoolistas (principalmente das funções frontais) com implicações diretas no tratamento. Objetivo: Avaliar funções frontais nas diferentes categorias de alcoolismo de acordo com a Tipologia de Lesch: Materiais e Métodos: Bateria de Avaliação Frontal (FAB) e Mini-Exame do Estado Mental (Mini-Mental) foram aplicados em 170 alcoolistas classificados em categorias de acordo com Lesch e 40 controles não-alcoolistas pareados por idade, gênero, características sócio-demográficas e escolaridade. Nos alcoolistas também foi avaliado o quociente de inteligência (QI). Resultados: A classificação da Tipologia de Lesch mostrou: Tipo I = 21,2%; Tipo II = 29,4%; Tipo III = 28,8% e Tipo IV = 20,6%. Foi encontrado um desempenho significativamente prejudicado em tarefas que requerem a função cognitiva frontal, nos pacientes classificados como Tipo IV de Lesch, comparados aos controles não-alcoolistas e também aos pacientes alcoolistas classificados como Tipos I, II e III de Lesch. Estas alterações das funções frontais não se correlacionaram com o padrão de ingestão ou com a idade de inicio do uso de álcool, e tampouco com a escolaridade dos pacientes. Os pacientes classificados como Tipo IV de Lesch também apresentaram menor pontuação do QI e prejuízos do estado mental, sendo o subgrupo que apresentou maior porcentagem de pontuação sugerindo demência. O prejuízo frontal neste subgrupo de alcoolistas (Tipo IV de Lesch) também foi verificado mesmo excluindo-se aqueles com suspeita de demência. E ainda, este prejuízo persistiu mesmo com abstinência acima de 90 dias. Em análise adicional verificou-se que o tipo de alcoolismo, aliado ao desempenho mental e intelectual, são fatores que podem predizer uma disfunção frontal. Conclusão: As verificações do tipo clínico de alcoolismo, através da aplicação de uma classificação simples como a da Tipologia de Lesch, do estado mental e da função frontal, por meio de testes breves de fácil aplicação como o Mini-Mental e o FAB, podem constituir-se em ferramentas extraordinariamente úteis e seguras na avaliação clinica dos alcoolistas, possibilitando inclusive identificar aqueles que apresentam alterações disexecutivas subclínicas, proporcionando significativas mudanças nas estratégias de enfrentamento individualizadas, importantes no tratamento do alcoolismo.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105