Estrogênio e progesterona modulam a expressão da proteína da Na+-K+-ATPase e do canal de sódio CNGA-1 em rins de ratas

Nome: JONES BERNARDES GRACELI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 21/11/2008

Resumo: Os rins são os órgãos especializados na homeostase da água e sal no organismo, controlam o volume do fluido celular, com o balanço urinário de sódio e de água pela formação de urina concentrada e/ ou, diluída, de acordo com a necessidade fisiológica.
O rim é um importante alvo de expressão gênica do estrogênio e a incidência de doenças renais aumentam após a menopausa, sugerindo que o estrogênio previne o desenvolvimento e progressão da doenças renais.
O sistema nervoso simpático é um importante modulador do equilíbrio hidroeletrolítico, já que fibras simpáticas pós-ganglionares inervam os rins dos mamíferos, percorrendo os segmentos do néfron, estimulando, pela liberação de noradrenalina, a vasocontrição renal, a diminuição do ritmo de filtração glomerular e do fluxo sangüíneo renal, o aumento da reabsorção de sódio e de água, bem como o aumento da liberação de renina. Contudo, poucos são os estudos que buscam analisar os efeitos dos hormônios sexuais femininos, em especial do estrogênio, do nervo renal e de sua interação, sobre o balanço hidromineral de ratas. Portanto, nosso objetivo foi investigar a ação dos hormônios sexuais femininos e do nervo renal, bem como a sua interação na ingestão hídrica, na excreção de água e de sódio em ratas Wistar, buscando identificar a contribuição de cada um deles e de sua interação nessa função fisiológica de tais animais.
Ratas Wistar foram divididas em 4 grupos: fêmeas controle, fêmeas ovariectomizadas, fêmeas desnervadas e fêmeas castradas+desnervadas. Os animais castrados foram estudados entre 7 e 14 dias após a castração. Os animais que sofreram desnervação renal foram estudados no mesmo período. No sexto dia após as cirurgias, os animais foram colocados em gaiolas metabólicas, onde tiveram a ingestão hídrica, a excreção de água e de sódio controladas diariamente. O volume da ingestão e da excreção de água eram metidos por uma proveta milimetrada e, para a medida da excreção de sódio, era coletada um alíquota de urina. No décimo quarto dia, os animais foram retiramos das gaiolas metabólicas, pesados e sob anestesia, sacrificados. Os rins, o útero e o coração foram isolados e, em seguida pesados. O rim esquerdo foi congelado em um frasco âmbar com solução salina a 0ºC, para a dosagem das catecolaminas renais totais, pela leitura direta em espectrofotometria de fluorescência.
Nossos resultados mostraram que o grupo desnervado (24,1?1,3 mL) teve uma ingestão hídrica significativamente maior que os grupos castrado (18,4?1,0 mL) e castrado+desnervado (20,2?1,3 mL). A excreção de água teve um aumento significante no grupo desnervado (24,1?1,3mL), quando comparado ao grupo controle (2,1?0,5 mL), castrado (2,5?0,4 mL) e castrado+desnervado (3,7?0,5 mL). A excreção de sódio foi significativamente maior no grupo castrado (986,8?161,5 Eqg), quando comparado aos grupos controle(143,1?24,4 Eqg), desnervado (310,0?45,5 Eqg) e castrado+desenrado (244,3?45,9 Eqg). Além disso, observamos uma elevação significante na liberação das catecolaminas renais no grupo castrado (1521?438 ng/g), quando comparado os grupos controle (979?221 ng/g ), desnervado (293?78 ng/g) e castrado+desnervado (284?62 ng/g).
Enfim, concluímos que a ingestão hídrica é parcialmente dependente dos hormônios sexuais femininos, devido suas interações negativas com o hormônio antidiurético e com o sistema renina angiotensina e, dependente do nervo renal. O nervo renal possui uma contribuição importante no controle da excreção renal de água e sal, bem como na osmolaridade plasmática. Além disso, os hormônios sexuais femininos possuem um papel modulador na liberação das catecolaminas renais em ratas Wistar, mostrando um mecanismo renoprotetor do estrogênio, nos rim dessas fêmeas.

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