PREDITORES DE MORTALIDADE E ANOS DE VIDA PERDIDO DE PACIENTES COM TRAUMATISMO CRANIO ENCEFALICO GRAVE: ESTUDO RETROSPECTIVO NA REGIAO METROPOLITANA DE VITÓRIA

Nome: WALTER GOMES DA SILVA FILHO

Data de publicação: 09/01/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FERNANDO ZANELA DA SILVA AREAS Orientador

Resumo: O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) representa um desafio significativo para a saúde
global. A cada ano, aproximadamente 70 milhões de pessoas são afetadas pelo TCE,
sendo que cerca de 11% desses eventos são classificados como graves. Dados do Global
Burden of Disease (GBD) de 2019 evidenciaram que o Brasil responde por 1,1% de todas
as incidências de TCE moderado/grave no mundo. Dentro desse contexto, as quedas se
destacam como a principal causa, representando 67% dos casos. Analisando as
estatísticas em nível estadual, observa-se que o Espírito Santo é responsável por 14% de
todas as incidências de TCE no Brasil, sendo as quedas também a principal causa, com
um percentil de 67%. A descoberta de preditores de mortalidade por TCE é crucial para
subsidiar estratégias de intervenção e prognóstico, podendo direcionar políticas de saúde
pública. Devido à escassez de estudos nessa área, nosso objetivo consistiu em identificar
preditores de mortalidade por TCE grave e analisar a carga financeira de TCE na região
metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. Realizamos um estudo retrospectivo
observacional do tipo coorte em um hospital de referência em trauma no estado. Foram
incluídos no estudo todos os indivíduos diagnosticados com TCE grave no período de
2019 a 2022. A variável dependente analisada foi o desfecho de mortalidade hospitalar.
Após a aplicação dos critérios de inclusão, 863 pessoas foram incluídas no estudo, das
quais 450 (52,14%) tiveram desfecho de óbito e 413 (47,86%) sobreviveram. A média de
idade foi de 48,67 anos, sendo 82,5% do sexo masculino. As quedas (55,56%) foram a
principal causa de óbito na população. O modelo final da regressão logística binomial
indicou que a idade de até 59 anos, o tempo até 10 dias em intubação orotraqueal (ITO)
e o tipo de trauma por quedas foram variáveis com notório poder preditivo para óbito por
TCE grave na população. O cálculo dos Anos de Vida Perdidos (YLLs) revelou que o
TCE teve um impacto acumulado de 10.870,23 anos de vida perdidos precocemente na
população do estudo. Este é o primeiro estudo retrospectivo a analisar variáveis preditoras
e a carga de TCE na região da Grande Vitória. No entanto, é importante ressaltar que
fatores não analisados podem influenciar os desfechos, como a restrição da amostra a
pacientes de um único hospital de referência na região, o que pode ter limitado a
compreensão das variações nos perfis epidemiológicos e nos serviços de saúde
adjacentes.

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