EFEITOS DA SOBRECARGA CRÔNICA DE FERRO SOBRE A ESTRUTURA E
FUNÇÃO CORONARIANA DE RATOS

Nome: SABRINA BERTOLI RODRIGUES

Data de publicação: 29/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEONARDO DOS SANTOS Presidente
LORENA BARROS FURIERI Examinador Interno
LUCIANA VENTURI ROSSONI Examinador Externo
NAZARE SOUZA BISSOLI Examinador Interno
PAULO CALEB JÚNIOR DE LIMA SANTOS Examinador Externo

Resumo: O ferro é um mineral essencial para diversos processos celulares, principalmente por
sua capacidade de participar de reações em que recebe ou doa elétrons. Por esse
mesmo motivo, quando livre e em excesso, é um grande percursor na geração de
espécies reativas de oxigênio, danificando tecidos, órgãos e sistemas. Diversos
estudos demonstram que a sobrecarga de ferro é capaz de trazer prejuízos
cardiovasculares, sendo inclusive sugerida uma provável relação entre o nível de
ferro corporal e doença arterial coronariana. Neste estudo, tivemos o objetivo de
testar a hipótese de que a sobrecarga crônica de ferro, per se, causa danos à
vasculatura coronariana, associados ao estresse oxidativo e disfunção endotelial
gerados. Foram analisados soro, tecidos e vasos coronarianos de ratos Wistar
machos de grupos Controle (Ct) e Ferro (Fe), nos quais foram administrados por via
intraperitoneal soro fisiológico (NaCl 0,9%) ou ferro-dextrano (200 mg/kg/dia),
respectivamente, 5 vezes por semana durante 28 dias. Após eutanásia, foram
coletados sangue e órgãos para avaliação do ferro sérico e tecidual, realizado curva
de reatividade das artérias coronárias de ambos os grupos, bem como, análise de
fluorescência (DHE e DAF), histologia e microscopia eletrônica de varredura desses
vasos. Por último, em um novo conjunto de animais, foi realizada a técnica de
Langedorff modificada para avaliação do leito coronariano. Como resultados, a
sobrecarga de ferro aumentou as concentrações séricas de ferro e a tecidual, bem
como reduziu o ganho de peso dos animais do grupo Fe comparado ao Ct.
Observou-se também aumento da reatividade a 5HT e redução da reposta
vasodilatadora a acetilcolina nos anéis isolados das artérias coronarianas do grupo
Fe, associados ao aumento na geração de ânion superóxido, provavelmente
mediado pelo receptor AT1. A sobrecarga de ferro também reduziu significantemente
a biodisponibilidade de óxido nítrico nas artérias coronarianas. Além das alterações
funcionais, foi verificado remodelamento das artérias do grupo ferro com depósito de
colágeno e presença de macrófagos perivasculares; junto a isso evidenciou-se
alteração do endotélio vascular com desprendimento celular, o que sugere a
desnudação desta camada. Na análise do leito vascular coronariano isolado, foi
visualizado aumento da pressão de perfusão coronariana deste mesmo grupo Fe,
provavelmente como consequência do aumento da resistência vascular e
vasculopatia pela sobrecarga de ferro. Conclui-se que a sobrecarga crônica de ferro
induz disfunção endotelial coronariana, associada devido ao estresse oxidativo e o
desequilíbrio entre os fatores relaxantes e contráteis sintetizados pelo endotélio
danificado.

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