INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE
SOBRE A CONTRATILIDADE E CINÉTICA DE CÁLCIO INTRACELULAR DE
RATOS OBESOS INDUZIDOS POR DIETA HIPERLIPÍDICA SATURADA
Nome: MATHEUS CORTELETTI DOS SANTOS
Data de publicação: 01/11/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRE SOARES LEOPOLDO | Presidente |
CAROLINA FRANÇA NUNES | Examinador Externo |
ROGER LYRIO DOS SANTOS | Examinador Interno |
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença multifatorial e complexa, caracterizada por acúmulo
excessivo de gordura corporal, o qual pode acarretar a diminuição da qualidade e expectativa de
vida, assim como proporcionar um conjunto de disfunções vasculares e metabólicas. Estudos
vêm indicando que a obesidade está associada à disfunção da contratilidade miocárdica, sendo
que dados da literatura têm demonstrado que as disfunções cardíacas oriundas da obesidade
podem ser decorrentes do desequilíbrio no trânsito de cálcio (Ca
+2
) intracelular. Tendo em vista o
crescimento exponencial em nível mundial da obesidade, diversas estratégias de tratamento
referente à obesidade são relatadas na literatura, dentre elas, o exercício físico. Dentro desse
contexto, o exercício físico é uma importante ferramenta não-farmacológica muito utilizada,
porém observa-se com mais frequência a utilização do exercício aeróbio contínuo. Nesse sentido,
dados da literatura mostram também que o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT)
tem demonstrado resultados importantes em relação à redução da adiposidade corporal, assim
como, na reversão dos fatores de risco associados à obesidade. No entanto, não foram
encontrados estudos que investigaram o efeito do HIIT na cinética de Ca
+2
intracelular. Objetivo:
Investigar os efeitos do HIIT sobre a contratilidade miocárdica e cinética de Ca
+2
intracelular em
ratos obesos induzidos por dieta hiperlipídica saturada. Metodologia: Ratos Wistar (n=71), com
30 dias de idade, foram randomizados inicialmente em dois grupos, e, posteriormente ao
estabelecimento da obesidade, reedistribuidos aleatóriamente quanto a ausência e/ou presença de
tratamento com o HIIT por 8 semanas. Assim, a composição dos grupos foi: C: Controle (n=12);
CTR: Controle Treinado (n=12); Ob: Obeso (n=13) e ObTR: Obeso Treinado (n=10) Foram
avaliados os perfisl nutricional, metabólico, lipídico e hormonals. O desempenho físico foi
avaliado pelo teste de consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo). A histologia dos tecidos
cardíaco, adiposo e esquelético foram determinados por microscopia óptica. A contratilidade
miocárdica e a cinética de Ca
+2
intracelular foram analisados em miócitos cardíacos isolados.
Resultados: O HIIT diminui a área do tecido adiposo visceral, aumenta a condição
cardiorespiratória analisada pelo VO2 máximo, previne o risco de resistência à insulina e aumenta
o diâmetro das fibras do músculo gastrocnêmio. Considerando a morfologia e contratilidade
miocárdica, o HIIT previne a fibrose intersticial de VE, melhora parâmetros funcionais de
contratilidade cardíaca, e melhora da sensibilidade do miofilamento ao Ca
+
. Contudo, não foram
observadas mudanças significativas na adiposidade corporal, desde que a massa coporal final e o
índice de adiposidade foram similares entre os grupos. Conclusão: O HIIT promove melhora nos
parâmetros cardiorrespiratórios e desempenho físico, bem como reduz a área da área da gordura
visceral e previne o risco de resistência à insulina e fibrose intersticial do VE. Contudo, O HIIT
não foi capaz de reduzir a adiposidade corporal total. Em adição, o HIIT foi eficiente na
contratilidade, promovendo um remodelamento cardíaco fisiológico com melhora de parâmetros
funcionais contráteis e de processos de liberação e recaptura do Ca
+2 citosólico.