EFEITO DO TRATAMENTO COM DOSES SUPRAFISIOLÓGICAS DE TESTOSTERONA SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR EM RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS

Nome: LETICIA TINOCO GONÇALVES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 15/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ROGER LYRIO DOS SANTOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Examinador Interno
DANIELLA BONAVENTURA Examinador Externo
GRAZIELA SCALIANTI CERAVOLO Examinador Externo
LEONARDO DOS SANTOS Examinador Interno
ROGER LYRIO DOS SANTOS Orientador

Resumo: O uso abusivo da testosterona é considerado um problema de saúde pública global,
apresentando diversos efeitos adversos. No sistema cardiovascular, seus efeitos ainda
são controversos, variando de ações protetoras a deletérias. Como a testosterona é um
hormônio que pode ser convertido a 17 β-estradiol e a dihidrotestosterona (DHT),
parte dos efeitos encontrados com dose suprafisiológica pode ser atribuído aos seus
metabólitos. Por isso, investigamos a hipótese de que dose suprafisiológica de
testosterona promova prejuízo na vasodilatação dependente do endotélio de artérias
mesentéricas de resistência, bem como suas repercussões sobre o estresse oxidativo e
pressão arterial (PA). Avaliamos também a participação de 17 β-estradiol e DHT nas
respostas encontradas. Utilizamos ratos espontaneamente hipertensos (SHR,
Spontaneously hipertensive rats), com 8 a 10 semanas de idade, distribuídos em 5
grupos: intactos (SHAM), orquiectomizados (ORX), intactos tratados com
testosterona (TTO; 3 mg/Kg/dia/s.c.), intactos tratados com testosterona e anastrozol
[inibidor da enzima aromatase (TTO+ANA; 0,1 mg/Kg/dia)] e intactos tratados com
testosterona e finasterida [inibidor da enzima 5α-redutase (TTO+FIN; 5 mg/Kg/dia)]
por 4 semanas. A PA foi avaliada por pletismografia de cauda. Realizamos curvas
concentração-resposta à acetilcolina (ACh, 0,1 nM - 10 μM) em artérias mesentéricas
em miógrafo de arame, na ausência e presença de inibidores farmacológicos. As
concentrações de testosterona, 17 β-estradiol e dihidrotestosterona foram avaliadas. A
presença de espécies reativas de oxigênio e a ultraestrutura do endotélio foram
analisadas por fluorescência emitida ao dihidroetídio (DHE) e microscopia eletrônica
de varredura (MEV), respectivamente. Dados foram expressos como média ± EPM, e
analisados por teste t Student ou ANOVA uma ou duas vias, seguida pelo post hoc de
Tukey (p<0,05). A orquiectomia reduziu as concentrações sanguíneas de testosterona,
17 &#946;-estradiol e dihidrotestosterona, prejudicou a vasodilatação à ACh, aumentou o
EO, alterou a morfologia endotelial sem alterar a PA. O tratamento com testosterona
não prejudicou a vasodilatação à ACh comparada ao grupo SHAM, contudo alterou as
vias endoteliais de relaxamento, com menor participação do NO e maior dos
prostanoides, possivelmente derivados da COX-1. Além disso, no grupo TTO maior
foi a participação da hiperpolarização dependente do endotélio (EDH) comparado ao
SHAM, indicando que os EETs, H2O2 e canais para K+

contribuíram para essa
resposta vasodilatadora. No grupo TTO+ANA, a redução dos níveis de 17 &#946;-estradiol
não prejudicou a vasodilatação à ACh contudo, diminuiu a participação do óxido
nítrico e prostanoides, e aumentou a EDH e os níveis de O2
•-
, com alteração da
morfologia endotelial. O TTO+FIN apresentou prejuízo na resposta vasodilatadora à
ACh, com uma participação aumentada do NO e menor dos prostanoides. Em relação
a EDH, com diminuição da dihidrotestosterona, não houve aumento na participação
dos EETs, H2O2 e dos canais para K+

comparado ao TTO. A DHT parece contribuir
para a diminuição do NO e o estrogênio parece estimular a ação da via do NO e dos
prostanoides. Na redução de estrogênio, a testosterona manteve a vasodilatação
endotelial por maior estímulo a EDH, com mais ação dos EETs, H2O2 e dos canais
para K+
, com maior formação de O2
•-
. Estes resultados podem contribuir para
elucidação do papel modulador da testosterona sobre a função endotelial, mesmo em
tratamento com dose suprafisiológica, além de mostrar a importância da presença do
estrogênio para o sistema cardiovascular em situações de disfunção endotelial.

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