EFEITOS SEXO-DEPENDENTES DA EXPOSIÇÃO CRÔNICA AO CÁDMIO SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR DE RATOS

Nome: THIAGO FERNANDES DE OLIVEIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Orientador
IVANITA STEFANON Examinador Interno
LEONARDO DOS SANTOS Examinador Interno
MARCELO PERIM BALDO Examinador Externo
PRISCILA ROSSI DE BATISTA Examinador Externo

Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares são as maiores causas de morte no
mundo, e a maior prevalência em homens na idade adulta que se iguala após a
menopausa em mulheres indica a possibilidade de proteção do sistema
cardiovascular exercida provavelmente por ação dos hormônios sexuais
femininos. A exposição ao cádmio (Cd) está associada a diversas doenças
cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão arterial, provavelmente por
induzir estresse oxidativo e disfunção vascular. Como a totalidade dos estudos
experimentais dos efeitos do Cd sobre a vasculatura têm sido feitos em machos,
não se sabe se fêmeas teriam a função vascular afetada pela exposição a esse
metal. A hipótese desse estudo é que a exposição ao Cd interfere de forma
distinta nas respostas vasculares da aorta de ratos machos e fêmeas, devido a
ação protetora do estrogênio sobre a função vascular. Objetivo: Comparar
efeitos da exposição crônica ao cloreto de cádmio 100 ppm sobre a função
vascular de artérias de condutância de Wistar machos e fêmeas. Material e Métodos: os experimentos foram realizados em Wistar machos e fêmeas com 3
meses de idade que receberam cloreto de cádmio (CdCl2 100 mg/L em água
potável durante 30 dias) ou veículo (água filtrada). Antes do início da exposição
e ao final desta, foram registrados pressão arterial sistólica e o peso dos animais.
Após os 30 dias de exposição ao metal, os animais foram eutanasiados e foram
coletados sangue para a dosagem de cádmio e estrogênio, e aorta torácica para
a avaliação da reatividade vascular. Resultados: Wistar fêmeas expostas ao Cd
tiveram menor ganho de peso sem alterações significativas da pressão arterial
sistólica após exposição ao metal. A exposição ao Cd também não alterou o nível
de estrogênio nas ratas, em comparação as fêmeas do grupo controle. Na
análise da mieloperoxidase (MPO) foi encontrado aumento da atividade dessa
enzima em ambos os grupos expostos ao metal. A exposição ao cádmio produziu
uma concentração do metal no sangue de 2,89 μg/L contra 0,27 μg/L encontrada
nas fêmeas não expostas, nos machos foi observado aumento da concentração
do metal em relação as fêmeas, machos expostos tiveram 4,7 μg/L e não
expostos 0,3 μg/L. Os machos tiveram redução da resposta vasodilatadora na
curva de ACh e não foi observado alteração ao NPS. Na curva dose-resposta a
Fe teve aumento da resposta contrátil. Não foi encontrada alteração na resposta
vascular à Fenilefrina (Fe), Acetilcolina (ACh) e ao Nitroprussiato de sódio (NPS)
nas fêmeas. A incubação com L-NAME deslocou a curva concentração-resposta
à Fe nos dois grupos, mas esse efeito foi menor em machos expostos ao Cd,
sugerindo redução da biodisponibilidade de óxido nítrico. Além disso, a
incubação com apocinina e catalase, reduziu a resposta à Fe em machos
expostos ao Cd, sugerindo participação de ânion superóxido e peróxido de
hidrogênio, respectivamente, na hiper-reatividade produzida pela exposição ao
metal. Conclusão: Os resultados do presente estudo demonstram que a
exposição por 30 dias ao Cd produz aumento de pressão arterial e alterações
vasculares em machos, mas não em fêmeas, sugerindo que as anormalidades
cardiovasculares induzidas pelo metal são sexo-dependentes.

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