JULGAMENTO MORAL E TRAÇOS DE PERSONALIDADE NO TRANSTORNO DO USO DE SUBSTÂNCIAS

Nome: CHRISTIANE FURLAN RONCHETE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ESTER MIYUKI NAKAMURA PALACIOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA REGINA NOTO FARIA Examinador Externo
ESTER MIYUKI NAKAMURA PALACIOS Orientador
LÍVIA CARLA DE MELO RODRIGUES Examinador Interno

Resumo: O uso crônico de drogas pode levar a uma série de disfunções e comorbidades
capazes de afetar, o comportamento, as emoções e os processos neurofisiológicos.
A principal questão deste estudo foi se o uso prolongado de drogas comprometeria o
julgamento de dilemas morais, incluindo aqueles com contexto relacionado às drogas
e se haveria traços de personalidades comuns entre os usuários. Assim, este estudo
comparou as respostas de usuários crônicos de drogas [idade média de 41,0 (8,5
DP)], que recebem assistência social à sua condição, a diferentes tipos de dilemas
morais (incidentais/impessoais ou instrumentais/pessoais, com envolvimento alheio
ou envolvimento próprio) em cenários relacionados ou não ao contexto de drogas e
dilemas não morais, com as respostas obtidas em controles de não usuários
saudáveis de duas faixas etárias diferentes, adulto [idade média de 41,8 (10,2 DP)] e
jovens [idade média de 22,4 (1,8 SD)]. Também avaliou os traços de personalidade
por meio da aplicação da Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) e verificou as
funções cognitivas pela aplicação da Escala de Avaliação de Disfunções Executivas
de Barkley (BDEF) e a Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA)
comparando os resultados com os dos controles adultos. Uma grande proporção de
respostas esperadas foi dada por todos os grupos, um pouco menos por usuários de
drogas, aos dilemas não morais. Como seria de esperar, todos os grupos
responderam de forma mais utilitária aos dilemas morais incidentais (impessoais) e
muito menos aos dilemas morais instrumentais (pessoais), independentemente do
contexto (relacionado a drogas ou não). Os controles adultos responderam de maneira
menos utilitária em quase todos os cenários quando comparados aos usuários de
drogas e controles jovens, exceto nos cenários relacionados às drogas. Embora os
usuários de drogas fossem pareados por idade aos controles adultos eles
responderam de forma mais utilitária aos dilemas morais semelhante aos controles
jovens, mas se diferiram quanto à aceitabilidade das resoluções e reações emocionais
às situações com relação aos dois grupos controles. Alguns usuários de drogas
demonstram deficiência no autocontrole e na regulação emocional e algumas
caracteristicas disexecutivas, além de rebaixamento da atençao geral e
especificamente da atenção concentrada. Na BFP os usuários de drogas
demonstraram um rebaixamento siginicante na avaliação da confiança em outras
pessoas, uma das caracteristicas de personalidade que pode acarretar prejuízos ao
convívio social. Deficiências nas maturações cognitivas e emocionais podem estar
subjacentes ao padrão de julgamento moral de caráter mais utilitário, das reações
emocionais mais reativas e característicias da personalidade social de menor
confiança dos usuários crônicos de drogas.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105