IMPACTO DO TRATAMENTO COM
OXANDROLONA NAS FUNÇÕES CARDÍACA E RENAL DE ANIMAIS JOVENS
Nome: SILAS NASCIMENTO RONCHI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 09/03/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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NAZARE SOUZA BISSOLI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANA RAQUEL SANTOS DE MEDEIROS GARCIA | Examinador Externo |
GIRLANDIA ALEXANDRE BRASIL AMORIM | Examinador Externo |
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU | Examinador Interno |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Orientador |
SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES | Examinador Interno |
Resumo: A oxandrolona (OXA), um análogo sintético da testosterona, e é utilizado na prática clínica devido a maior parte dos seus efeitos serem anabólicos e pouco androgênicos, por isso uso abusivo para fins estéticos se disseminou. Tendo em vista essa problemática e a escassa literatura sobre os efeitos dessa droga frente a parâmetros renais esse trabalho tem por objetivo analisar a influência do tratamento com OXA sobre a função contrátil cardíaca, tônus autonômico e função renal de ratos jovens. Para isso animais com 4 semanas de idade foram separados em 3 grupos experimentais (n=6 cada). Grupo Controle (CON): recebeu 0,1 mL de Carboximetilcelulose (CMC, 0,5%), Grupo L-OXA (Oxandrolona 2,5 mg/kg/dia) e grupo H-OXA (Oxandrolona 37,5 mg/kg/dia). A administração foi feita por via oral (gavagem), diariamente por 4 semanas. Após o período de tratamento os animais foram anestesiados e para a avaliação da função contrátil houve a cateterização da artéria carótica direita, sendo esse cateter inserido até o ventrículo esquerdo para a aferição dos parâmetros de contratilidade. Para a avaliação do tônus autonômico houve a cateterização de artérias e veias femorais de outros grupos de animais tratados e o mesmo foi estimado através de bloqueadores farmacológicos seletivos. Para esses ensaios foram utilizados somente os grupos CON e H-OXA. Para a avaliação da função renal os animais dos grupos CON, L-OXA e H-OXA onde após o tratamento tiveram a traqueia, artéria e veia femoral e bexiga cateterizadas para facilitar a respiração, coleta de sangue, infusão de inulina e paraaminohipurato e coleta de urina, respectivamente. Através de coletas seriadas de sangue e urina foram calculadas as taxas de filtração glomerular (TFG), o fluxo plasmático renal (FPR), fluxo sanguíneo renal (FSR) e resistência vascular renal (RVR). Tecido cardíaco foram reservados para estudo de expressão das proteínas de mobilidade de Calcio e estudos histológicos e tecido renal foi encaminhado para análises histológicas e de AOPP e TBARs. Não houve diferença nas análises do tônus autonômico, entretanto, a PSVE foi aumentada no grupo H-OXA. O tratamento não foi capaz de promover mudanças na +dP/dt max e -dP/dt min. O mesmo foi constatado quando analisado o Tau. A análise por Western Blot revelou que a expressão da proteína SERCA2a aumentou no grupo o H-OXA, não havendo diferença nas demais proteínas de contratilidade analisadas. Houve aumento nas razões p-PLB/PLB e SERCA2a/PLB indicando atividade das proteínas envolvidas. Houve ainda um expressivo aumento na expressão proteica da ECA. Para a função renal o tratamento com OXA reduziu o clearance de inulina representa a influência negativa do tratamento sobre a TFG. Sem alterar os demais parâmetros analisados. A histologia revelou hipertrofia cardíaca e extensa deposição de colágeno tanto no tecido cardíaco quanto renal. Estima-se que as alterações encontradas tem participação direta do sistema renina angiotensina tecidual que induz a geração de estresse oxidativo, provocando alterações subclínicas do ponto de vista cardíaco e um extenso prejuízo na função renal em todas as doses estudadas.