EFEITOS DA ASSOCIAÇÃO DE L-ARGININA E ALISQUIRENO SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR MESENTÉRICA NA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR
Nome: VINICIUS MENGAL
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/12/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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SONIA ALVES GOUVEA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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HELDER MAUAD | Examinador Externo |
HENRIQUE DE AZEVEDO FUTURO NETO | Examinador Externo |
LÍVIA CARLA DE MELO RODRIGUES | Examinador Interno |
SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES | Examinador Interno |
SONIA ALVES GOUVEA | Orientador |
Resumo: A angiotensina II possui importante papel na patogênese da hipertensão renovascular e está associada à disfunção endotelial, aumento da inflamação e estresse oxidativo. A interação entre a angiotensina II e a via da COX tem sido apontada na patogênese das injurias vasculares, relacionando a um aumento na produção de EROs e redução na produção/biodisponibilidade de NO. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do alisquireno e L-arginina administrados de maneira isolada ou associada sobre as alterações vasculares em ratos com hipertensão renovascular. A hipertensão renovascular foi induzida em ratos machos Wistar utilizando clip de prata implantado cirurgicamente na artéria renal esquerda e os animais foram divididos nos seguintes grupos experimentais: SHAM, 2-rins, 1-clipe (hipertensão 2K1C), 2K1C tratado com alisquireno (50 mg.kg-1.dia-1; ALSK), 2K1C tratado com L-arginina (10 mg.kg-1.dia-1; L-ARG) e 2K1C tratado com associação de alisquireno+L-arginina (ALSK+L-ARG), os tratamentos foram iniciados 7 dias após clipagem da artéria renal com duração de 21 dias. A pressão arterial foi monitorada ao longo do tratamento e ao final da quarta semana após a clipagem foram realizadas curvas dose-resposta à norepinefrina (NE) e acetilcolina (ACh) em leitos vasculares mesentéricos (LVM) isolados na ausência e presença de bloqueadores para avaliação da reatividade vascular. Após 21 dias de tratamento apenas o grupo ALSK+L-ARG foi eficaz na normalização da pressão arterial sistólica quando comparado ao grupo 2K1C (123,91±1,68 vs. 200,50±5,36 mmHg). Nossos achados mostram também que os tratamentos foram efetivos em melhorar a função endotelial no LVM de ratos com hipertensão renovascular. Alterações na via do óxido nítrico (NO) parecem ser o principal mecanismo responsável pelo prejuízo na reatividade vascular, como observado nas curvas dose-resposta à ACh e NE em presença de L-NAME, embora a via dos prostanóides também pareça estar associada. O efeito antioxidante do alisquireno e sua capacidade em reduzir o estresse oxidativo em artéria mesentérica superior pode ser um importante mecanismo para a melhora no remodelamento vascular encontrado em nossos estudos. Em contrapartida, o aumento da biodisponibilidade de NO e a redução do estresse oxidativo proporcionado pela L-arginina, associada à redução de COX-2 e TNF-alpha pode ser o principal mecanismo pelo qual essa terapêutica além de melhorar função vascular, reduz também os níveis pressóricos. E que, quando associados se potencializam e melhoram todos os parâmetros avaliados, mostrando valores muito semelhantes ao nosso grupo normotenso. Portanto, nosso trabalho demonstra pela primeira vez que o tratamento com alisquireno associado a L-arginina foi efetivo em reduzir a PA e prevenir a disfunção endotelial em LVM de ratos com hipertensão renovascular, além disso, apontamos que os mecanismos envolvidos nesses efeitos parecem estar relacionados com uma redução do estresse oxidativo e inflamação e consequente aumento da produção/biodisponibilidade de NO