AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA RADIAÇÃO GAMA EMITIDA PELAS AREIAS MONAZÍTICAS SOBRE O SISTEMA BIOLÓGICO DE RATAS WISTAR

Nome: JOÃO VICTOR DA SILVA COUTINHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/10/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SONIA ALVES GOUVEA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS AUGUSTO CARDOSO PASSOS Examinador Externo
CARMEM LUIZA SARTORIO Examinador Interno
JACYRA RAMOS SOARES Examinador Externo
JAIRO PINTO DE OLIVEIRA Examinador Externo
SONIA ALVES GOUVEA Orientador

Resumo: Existem muitas lacunas importantes que precisam ser resolvidas à respeito dos efeitos biológicos de baixas doses de radiação sobre a saúde humana. As medidas de proteção à radiação são muito questionadas por alguns autores, e este limite é inferior ao valor de radiação recebido por moradores de locais que emitem naturalmente a radiação como por exemplo a radiação encontrada na cidade de Guarapari (Brasil). Devido à presença das areias monazíticas, a praia de Meaípe, emite radiação gama natural que pode apresentar picos ~20 μSv.h-1. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar os efeitos de baixas doses de radiação gama, utilizando um simulador físico (SF) de radiação desenvolvido com as areias monazíticas de Meaípe sobre o sistema biológico de ratas Wistar adultas. Para isso, os animais foram divididos em três grupos: grupo CON (não foram expostos a radiação); grupo LR (exposto à uma radiação ~3,6 μSv.h-1) e o grupo HR (exposto à uma radiação ~20 μSv.h-1). Os três grupos de animais foram monitorados diariamente por 3 meses. As ratas foram pesadas semanalmente. Após 30 dias de exposição, o ciclo estral passou a ser coletado diariamente até o 45ª dia pelo período entre 8:00 e 9:00 horas da manhã. Na penúltima semana do experimento, a pressão arterial sistólica dos animais foi avaliada. Após 90 dias de exposição, os animais foram sacrificados e os órgãos foram extraídos e pesados para análises antropométricas, histológicas e bioquímicas. A exposição à radiação liberada pelas areias monazíticas não causou alterações antropométricas nos animais irradiados, e nem alterações histomorfométricas nos ovários, rins e fígado. Não houve alteração no ciclo estral e na quantificação dos folículos ovarianos, e nem na concentração de estrogênio circulante, indicando que a função reprodutiva nesses animais estavam preservadas. A radiação também não foi capaz de alterar a pressão arterial dos animais, como também não foi capaz de aumentar o estresse oxidativo e nem os níveis de proteína C circulante. Na avaliação da concentração de citocinas plasmáticas, encontramos uma elevação na concentração de IL-6 dos animais expostos em comparação com o grupo controle, enquanto que os níveis de INF-y, IL-2, IL-4 e IL-10 estavam menores nos animais irradiados. Essas alterações podem estar relacionadas aos mecanismos de adaptação celular à baixas doses de radiação, indicando que essa exposição foi capaz de modular imunologicamente os animais irradiados e ativar os mecanismos relacionados a inflamação mesmo na ausência de danos teciduais. Nossos resultados sugerem que a exposição contínua de ratas Wistar a baixas doses de radiação gama natural foi capaz de ativar o sistema imunológico de forma inespecífica mesmo na ausência de dano tecidual, este resultado está provavelmente associado a adaptação celular e a inflamação. Dessa forma, novos experimentos são necessários para determinar com mais precisão se essa radiação pode causar prejuízos para com a saúde humana.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105