REMODELAMENTO VENTRICULAR DIREITO E ESQUERDO EM FASE PRECOCE AO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: UMA VISÃO PROTEÔMICA
Nome: GABRIELLA XAVIER MARETTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 09/03/2017
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
JOSE GERALDO MILL | Co-orientador |
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
JOSE GERALDO MILL | Coorientador |
LEONARDO DOS SANTOS | Examinador Interno |
MARCIA HELENA BORGES | Examinador Externo |
RITA GOMES WANDERLEY PIRES | Examinador Externo |
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO | Orientador |
Resumo: O remodelamento ventricular pós-infarto é um processo dinâmico e complexo que ocorre em resposta ao dano no miocárdio. Entretanto, pouco se sabe sobre alterações no proteoma das câmaras cardíacas no remodelamento na fase precoce ao infarto e no desenvolvimento da insuficiência cardíaca. O objetivo deste trabalho foi avaliar alterações protéicas no remodelamento dos ventrículos direito (VD) e esquerdo (VE) de ratos Wistar com sinais de insuficiência cardíaca, 7 dias pósinfarto, utilizando análise proteômica DIGE comparativa e espectrometria de massa. O infarto foi obtido por oclusão da artéria coronária esquerda e a insuficiência cardíaca confirmada pela análise da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo ≥ 15 mmHg; aumento da razão da massa do pulmão/massa corporal e presença de hipertrofia do VD, com concomitante redução dos índices de contratilidade e relaxamento do VE. A análise quantitativa revelou diferenças na intensidade/expressão de 20 proteinas no VD e 11 no VE dos animais infartados com sinais de insuficiência cardíaca (p<0.05), 14 dessas proteínas foram identificadas por MALDI-TOF/TOF. Alterações foram detectadas em proteínas: do metabolismo energético (carboidratos, lipídeos, aminoácidos e fosforilação oxidativa), proteínas de choque térmico, proteínas estruturais e funções diversas. As alterações incluem modulações adaptativas e mal adaptativas e foram diferentes entre as câmaras. Foi observado aumento da expressão da desmina (proteína do filamento intermediário), e diminuição da expressão da creatina quinase e de proteínas envolvidas no metabolismo energético. Estas modulações foram mais expressivas no VE e podem ser associadas ao prejuízo na contratilidade e relaxamento observado somente nesta câmara. Por outro lado, um menor índice de aumento da desmina e aumento das proteínas de choque térmico, (alfa-b-cristalina e HSP-71) foram observados no VD, consideradas modulações adaptativas que podem ser associadas à preservação da maquinaria contrátil observadas no VD. Ainda mostraram, pela primeira vez, alterações no proteoma do VD de animais com insuficiência cardíaca. Os resultados mostraram que as câmaras cardíacas apresentam remodelamento protéico diferente sete dias pós-infarto, que pode refletir no comprometimento distinto das câmaras, e sugerem que o índice de aumento da desmina mostra uma correlação positiva com o grau de comprometimento da função ventricular.