CORRELAÇÃO ENTRE A REDUÇÃO DO PESO CORPORAL E O BALANÇO SÍMPATO-VAGAL APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA

Nome: CRISTINA MARIA DE SOUZA LUCAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/11/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JOSE GERALDO MILL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GUSTAVO PEIXOTO SOARES MIGUEL Examinador Externo
JOSE GERALDO MILL Orientador
ROGER LYRIO DOS SANTOS Examinador Interno

Resumo: A obesidade constitui um problema de saúde pública crescente na população e está associada a maior vulnerabilidade cardiovascular. Há muito se sabe que existe uma relação direta entre a quantidade de tecido adiposo e a pressão arterial e frequência cardíaca. Estudos mostraram que obesos apresentam predomínio da atividade simpática, o que é fortemente associada ao aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca levando assim ao aumento de risco cardiovascular em relação aos indivíduos de mesma idade e não obesos. O objetivo neste estudo foi correlacionar a redução de gordura corporal em pacientes obesos mórbidos 3 e 6 meses após cirurgia bariátrica com as mudanças do balanço autonômico dirigido para o coração através da análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). Métodos: Quarenta e um pacientes (39 do sexo feminino) programados para a cirurgia bariátrica no Hospital Universitário foram estudados antes e 3 e 6 meses após a cirurgia. A gordura corporal foi medida por bioimpedância. A pressão arterial foi aferida com aparelho oscilométrico e a pressão arterial central por tonometria de aplanação radial. Foi feito registro contínuo (10 min) do eletrocardiograma de repouso para determinar os índices temporais e espectrais da VFC. Dados expressos em média e ± desvio padrão. A significância estatística foi fixada para P<0.05. Resultados: O índice de massa corporal inicial (IMC) foi de 43,9±5,9 kg/m2. Ocorreu maior perda de peso nos 3 primeiros meses e continuou com ritmo mais lento até o 6° mês após a cirurgia, com o IMC final de 33,3±5,9 kg/m2. A massa de gordura no início do estudo predominava no tronco (47,0%), seguido de membros inferiores (28,5%) e em menor proporção em membros superiores (24,5%). A perda relativa de massa gorda foi maior nos membros superiores, com menos 34,5% até o 3º mês pós-cirúrgico e perda adicional de 29,2% até o 6º. mês. Antes da cirurgia 31 dos 41 pacientes estavam em uso de drogas antihipertensivas e aos 3 meses do seguimento, apenas 2 voluntários ainda usavam antihipertensivo. Assim, a queda pressórica foi pequena, porém significativa apenas para a pressão diastólica (de 78 ± 10,3 para 72 ± 8,5 mmHg). Os dois índices da VFC que se correlacionam diretamente com a modulação vagal da frequência cardíaca sofreram aumentos significativos entre o pré-operatório (RMSSD = 29,2 ± 20,2 ms e pNN50 = 9,7± 14,3%) e o exame de 3 meses, estabilizando-se aos 6 meses (RMSSD = 48,4 ± 31,2 ms e pNN50 = 23,3 ± 22,8%). Um padrão similar observa-se para o componente
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HF 32,3 ± 19,4 n.u. no pré-operatório para 49,5 ± 17,2 n.u. aos 6 meses. O componente LF (em unidades arbitrárias) da VFC diminuiu (P<0.05) de 56,9 ± 20,9 préoperatório para 41,7± 18,4 aos 6 meses. Conclusão: Os dados mostram redução do componente simpático e aumento do componente vagal de modulação da VFC após a cirurgia bariátrica. Essa alteração no balanço símpato-vagal para o sistema cardiovascular deve contribuir para a redução da pressão arterial concomitante com a perda de massa de gordura após a cirurgia bariátrica.
Palavras-chave: Cirurgia bariátrica. Variabilidade da frequência cardíaca. Peso corporal. Tonometria de pulso. Balanço símpato-vagal.

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