Modulação glutamatérgica pela memantina na memória operacional espacial em ratos sob estimulação epidural cortical por corrente contínua de baixa intensidade

Nome: NATÉRCIA CARVALHAL ALVES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/05/2013
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
ESTER MIYUKI NAKAMURA PALACIOS Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
LÍVIA CARLA DE MELO RODRIGUES Examinador Interno
ESTER MIYUKI NAKAMURA PALACIOS Orientador
ANGELA CRISTINA DO VALLE Examinador Externo

Resumo: RESUMO
Paradigmas de estimulação elétrica cerebral tornaram-se uma ferramenta potencial na neuromodulação cognitiva da aprendizagem e da memória. A investigação em modelos animais translacionais no esclarecimento dos mecanismos subjacentes à neuroplasticidade faz-se necessária. A atividade de neurônios do córtex pré-frontal (CPF) é considerada como o correlato celular da memória operacional, definida como o processo cognitivo de retenção e manipulação de informações, a serviço da compreensão, raciocínio e planejamento. Tarefas com retardos no labirinto radial de oito braços (LR-8) são paradigmas estabelecidos para estudos da memória operacional espacial e da ativação pré-frontal subjacente. A memantina, um antagonista de moderada afinidade de receptores NMDA (NMDAR), foi utilizada para investigar a modulação glutamatérgica da memória operacional espacial em ratos, sob estimulação epidural cortical por corrente contínua de baixa intensidade (eDCS) no CPF medial (CPFm) esquerdo. Ratos Wistar machos, previamente treinados no LR-8 (n = 50), foram submetidos à cirurgia de implante de eletrodo epidural (5 mm de diâmetro) sobre o CPFm esquerdo. O desempenho dos animais foi avaliado em tarefas de memória operacional espacial, em retardos de 4 e 10 h, com (eDCS) e sem (Sham) estimulação elétrica epidural ativa (400 µA, 10 min, catodo de 3 cm de diâmetro, 5 min antes da tarefa) e sob os efeitos agudos de salina ou memantina nas doses de 0,32, 1,0 ou 3,2 mg/kg, administradas semirrandomicamente, 30 min antes das tarefas. O grupo eDCS cometeu significativamente menos erros de desempenho nos retardos de 10 h (1,46 ± 0,27), sob salina, em comparação ao grupo Sham (2,53 ± 0,40), pelo teste de Mann-Whitney (p < 0,05). Similarmente, nos retardos de 4 h, o mesmo efeito da eDCS foi observado entre subgrupos com baixo desempenho basal (> 2 erros cometidos, sob salina), eDCS (2,53 ± 0,31) e Sham (3,71 ± 0,47), sendo estatisticamente significante (p < 0,05) pelo teste de Mann-Whitney. A memantina prejudicou o desempenho dos animais Sham com melhor desempenho basal, em perfil dose-resposta em U invertido, com ápice na dose de 1 mg/kg (1,91 ± 0,41), sendo estatisticamente significante pelo teste de Friedman seguido pelo post-hoc de Dunn (p < 0,05), em relação à salina (0,36 ± 0,15). Por outro lado, a memantina tendeu a facilitar o desempenho dos animais Sham com pior desempenho basal nos retardos de 4 h. No subgrupo eDCS de melhor desempenho, a memantina apresentou uma propensão a aumentar os erros no pós-retardo de 4 h. Por outro lado, no subgrupo eDCS de pior desempenho, a interação entre a memantina e a eDCS facilitou a memória operacional espacial, sendo estatisticamente significante pelo teste de Friedman seguido pelo post-hoc de Dunn (p < 0,05) na dose de 3,2 mg/kg (0,96 ± 0,31), em relação à salina (2,57 ± 0,30). A eDCS no CPFm esquerdo facilitou o desempenho da memória operacional espacial e atenuou o efeito de prejuízo da memória produzido pela memantina. Os dados sugerem um envolvimento da mediação glutamatérgica pelos NMDARs na eDCS, entretanto, não parece ser um mecanismo único e é sugerido um sinergismo entre a eDCS e a memantina.
Palavras-chave: Córtex pré-frontal, estimulação elétrica epidural, labirinto radial, memantina, memória operacional, neuromodulação.

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