CONTAMINAÇÃO POR BISFENOL A (BPA) NA INFÂNCIA: ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES E O PAPEL PROTETOR DO KEFIR

Nome: ANDREIA GOMES FREITAS FRIQUES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/10/2019
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
ELISARDO CORRAL VASQUEZ Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
ANTONIO DE MELO CABRAL Examinador Externo
HENRIQUE DE AZEVEDO FUTURO NETO Examinador Externo
DALTON VALENTIM VASSALLO Examinador Interno
LUIZ CARLOS SCHENBERG Examinador Interno
ELISARDO CORRAL VASQUEZ Orientador

Resumo: Tem sido demonstrado os efeitos danosos da contaminação por Bisfenol A (BPA) em períodos críticos do desenvolvimento humano, como gestação e infância. Do ponto de vista endócrino, muito se sabe a esse respeito, porém, em relação a desfechos cardiovasculares, a literatura é escassa quanto aos mecanismos de ação através dos quais esse disruptor endócrino poderia agir. Além disso, muitas pesquisas são realizadas com indivíduos adultos, quando na verdade, sabe-se que muitas doenças que aparecem nessa fase têm suas origens na infância. Neste estudo, foram avaliados os efeitos do BPA na infância e a ação protetora do kefir nesse contexto.
Métodos: Animais Wistar-Kyoto machos foram desmamados com 25 dias de vida e foram divididos em três grupos. O grupo BPA foi tratado com BPA (100μg/Kg/dia), por gavagem, 60 dias. O grupo BPA Kefir recebeu diariamente a mesma dose de BPA e em outro momento uma dose de kefir (0,3 mL/100g). Esses dois grupos foram comparados com ratos que receberam leite acidificado por gavagem 60 dias para controle negativo. A função endotelial vascular foi avaliada em anéis de aorta, através da resposta de relaxamento à acetilcolina (ACh). A produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e de óxido nítrico (NO) foi avaliada através da utilização dos bloqueadores como apocinina e L-NAME na reatividade vascular à ACh e de marcadores por meio de citometria de fluxo no tecido vascular.
Resultados: Foram observados efeitos prejudiciais da contaminação por BPA e um efeito protetor significativo do kefir. O grupo BPA apresentou pressão arterial (PA) elevada e o tratamento com kefir atenuou a PA. O grupo BPA apresentou redução no relaxamento induzido pela ACh quando comparado ao grupo controle (~ 81 ± 3% vs. ~ 95 ± 2%). Interessantemente, no grupo BPA kefir (92 ± 2%) observou-se uma vasodilatação induzida pela ACh semelhante a do grupo controle. O bloqueio da NADPH-oxidase promoveu aumento no relaxamento dos anéis de aorta no grupo BPA, entretanto, não alterou a vasodilatação dos animais do grupo controle e BPA kefir. A análise de citometria de fluxo das células endoteliais da aorta revelou aumento da produção de ROS e diminuição da biodisponibilidade do NO no grupo BPA, sendo que, o tratamento com kefir foi capaz de normalizar para níveis de
animais do grupo controle os níveis de ROS e NO. A microscopia eletrônica de varredura mostrou lesão endotelial na superfície vascular dos BPA, o que foi parcialmente revertido com a administração do kefir.
Conclusão: A contaminação por BPA na infância aumentou o ganho de peso corporal, elevou a pressão arterial, causou disfunção endotelial, promoveu desequilíbrio entre ROS/NO, e promoveu alterações na arquitetura endotelial e provocou dano ao DNA da célula da aorta. O tratamento com kefir foi capaz de conferir uma ação protetora, diminuindo de maneira significativa os danos causados pelo BPA.

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