ANÁLISE DO EFEITO DO SILDENAFIL SOBRE CÉLULASTRONCO
HEMATOPOIÉTICAS EM CAMUNDONGOS ATEROSCLERÓTICOS

Nome: BIANCA DE PAULA E RODRIGUES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 21/12/2017
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
ELISARDO CORRAL VASQUEZ Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
FERNANDA GOBBI AMORIM Examinador Externo
BIANCA PRANDI CAMPAGNARO Examinador Externo
SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES Examinador Interno
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Examinador Interno
ELISARDO CORRAL VASQUEZ Orientador

Resumo: Um declínio na funcionalidade das células-tronco pode ser um componente chave na patogênese das doenças cardiovasculares. Na aterosclerose ocorre aumento de agentes genotóxicos endógenos, como espécies reativas de oxigênio (ROS), que podem causar danos oxidativos ao DNA. Sabe-se que o sildenafil, inibidor da fosfodiesterase 5 (PDE5), apresenta efeito antioxidante, diminuindo o estresse oxidativo e a peroxidação lipídica. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do tratamento crônico com sildenafil sobre os níveis de ROS, a sua influência em sistemas pró-oxidantes e antioxidantes, sobre a
genotoxicidade, cinética de reparo do DNA e apoptose em células-tronco
hematopoiéticas (HSC) de camundongos ateroscleróticos apoE knockout
(apoE-/-). Foram utilizados camundongos machos apoE-/- com 20 semanas de idade. Nas 3 últimas semanas, os animais foram divididos em dois grupos: tratados com veículo (apoE-/- veículo, n=25) ou sildenafil (Viagra®; 40 mg/Kg/dia; apoE-/- sildenafil, n=25), por gavagem. Animais da linhagem C57BL/6 wild-type (C57 veículo, n=25) foram submetidos ao mesmo protocolo que os animais do grupo apoE-/- veículo. Ao final do tratamento, os animais foram eutanasiados, o sangue coletado para análise do perfil lipídico e as HSC isoladas através de cultura celular. Os níveis de ROS, imunofenotipagem, vias pró-oxidantes, antioxidantes e apoptose foram avaliados por citometria de fluxo. As análises de genotoxicidade e cinética de reparo do DNA foram realizadas através do ensaio do cometa alcalino modificado. A análise estatística foi realizada por ANOVA, seguida de post hoc de Bonferroni, adotando o nível de significância de 5% (*p<0,05 vs. C57 veículo; #p<0,05 vs.
apoE-/- veículo; $p<0,05 vs. background). Foi possível observar um aumento nos níveis intracelulares de ROS nas HSC de animais apoE-/- veículo (1,3 vezes) quando comparados aos animais C57 veículo, e o tratamento com sildenafil diminui (22%) os níveis de ROS nos animais apoE-/-. Observou-se uma grande influência dos sistemas NADPH oxidase e xantina oxidase na produção de ROS nos animais ateroscleróticos, o tratamento com sildenafil foi capaz de
diminuir essa influência a níveis semelhantes ao controle. Assim como, a
influência das enzimas antioxidantes superóxido desmutase, catalase e
glutationa peroxidase na redução dos níveis de ROS estavam menores nos animais apoE-/- veículo quando comparados aos controle, e o os animais tratados com sildenafil tiveram a influência dessas enzimas aumentada na redução dos níveis de ROS. Além disso, observou-se um aumento nos níveis de dano oxidativo ao DNA nas HSC dos animais apoE-/- veículo (4,0 vezes) quando comparados aos animais C57 veículo, sendo que o tratamento com sildenafil foi capaz de reverter completamente esse quadro. Bem como, uma diminuição na capacidade de reparo do DNA em HSC dos animais apoE-/-
veículo foi observada quando comparados aos animais C57 veículo, sendo que o tratamento com sildenafil conseguiu aumentar essa capacidade para os níveis semelhantes aos dos animais controle. Os resultados mostraram um aumento em relação a número de HSC em apoptose nos animais apoE-/- veículo (7,0 vezes) quando comparados aos animais C57 veículo, sendo que o tratamento com sildenafil foi capaz de reverter completamente esse quadro. Nossos resultados sugerem que a aterosclerose aumenta a produção de ROS em HSC, aumentando a influência de sistemas pró-oxidantes e diminuindo a capacidade antioxidante. Assim, esse desequilíbrio no estresse oxidativo leva a
um aumento da genotoxicidade, e, consequente sobrecarga no sistema de reparo do DNA. Assim, essa elevação nos níveis de fragmentação do DNA podem estar associados ao aumento da apoptose nessas células. Conquanto, o tratamento com o sildenafil foi capaz de reduzir o estresse oxidativo e, consequentemente, diminuir o dano oxidativo e aumentar a capacidade de reparo do DNA, reduzindo os níveis de morte celular em HSC dos animais ateroscleróticos. Estes resultados são inéditos na literatura e devem contribuir de maneira relevante na busca de novas terapias de prevenção e tratamento da aterosclerose e suas consequências.

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