Mecanismos moleculares envolvidos nas alterações estruturais e funcionais cardíacas e na perda óssea em ratas ovariectomizadas espontaneamente hipertensas com exercício moderado

Resumo: A presente proposta avaliará a influência do exercício físico no osso e no coração, a fim de demonstrar os mecanismos pelos quais, a atividade física beneficia os indivíduos que a realizam, dentro da linha de pesquisa Regulação Humoral da Circulação, do Laboratório de Hipertensão do Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espirito Santo. O aparecimento e desenvolvimento de doenças cardiovasculares na população em geral são um mal associado à varias causas.O estilo de vida dentre diversos outros fatores contribui para sua ocorrência. Em especial, a dieta e a baixa participação dos indivíduos em atividades físicas contribuem muito para essas doenças, especialmente nas mulheres no período da pós-menopausa em virtude da perda dos hormônios femininos estrogênicos que as protegem até a fase pré-menopausa. Além das doenças cardiovasculares, as mulheres nesse período são grandemente acometidas por osteoporose, doença óssea caracterizada pelo maior risco de fraturas, também causada pela redução dos estrógenos na fase pós-menopausa. Nesse contexto, sabe-se que mudanças no estilo de vida são estratégias relevantes na abordagem da menopausa e de suas consequências, sugerindo-se a incorporação da prática regular do exercício físico, ou ainda, recomendações para maior quantidade de atividades físicas no cotidiano feminino. Exercício melhora o perfil lipídico, reduz a inflamação e as moléculas de adesão celular em mulheres pós-menopausa mesmo na ausência de restrição calórica. Além disso, foi demonstrado que mulheres engajadas em treinamento intermitente de moderada intensidade há uma redução significante da pressão sanguínea, com diminuído risco de complicações cardiovasculares. Do mesmo modo que as DCVs estão associadas ao período pós-menopausa, é reconhecido que a osteoporose apresenta-se como outro grande problema de saúde pública que atinge de maneira mais prevalente o sexo feminino, pelo declínio global das capacidades funcionais dos diversos sistemas corporais femininos nesse período de vida. Pelo fato de atingir um grande contingente de mulheres na pós-menopausa, representa uma das doenças osteometabólicas mais comuns, com alto índice de morbidade e mortalidade e significativa repercussão social e econômica, com impacto na qualidade de vida na população acometida. Semelhante à importância do exercício para a abordagem das doenças cardiovasculares, existem evidências que demonstram a importância da atividade física regular na prevenção da perda óssea, e na manutenção de características adequadas para o esqueleto suportar os estresses físicos diários. Diante desse quadro de maior incidência de doenças cardiovasculares e osteoporose nessa parcela da população, e pelo fato das ferramentas farmacológicas terem problemas quanto ao custo e adesão, e por ocasionarem efeitos colaterais significativos, busca-se cada vez mais, ferramentas não farmacológicas para a abordagem desses problemas. O exercício físico surge como uma estratégia de interesse visto todos os benefícios associados à sua prática. Apesar dos resultados positivos do exercício na qualidade de vida e na eficiência dos sistemas corporais, muito ainda a de se desvendar com relação aos mecanismos que fundamentam a prática da atividade física. O desenvolvimento, cada vez maior, de técnicas de biologia molecular, permite aprofundar o conhecimento sobre a interação do exercício com os sistemas cardiovascular e ósseo, acometidos nessas doenças, a fim de contribuir para a utilização do mesmo como estratégia eficiente embasada em dados científicos em indivíduos que sofram desses males. Em especial, o presente estudo será o primeiro a avaliar nesse modelo de hipertensão e deficiência estrogênica, ratas SHR ovariectomizadas, o efeito do exercício moderado sobre o fator adipogênico PPAR&#947; nos tecido cardíaco, ósseo e vasos, e sobre o fator osteogênico Cbfa1.Além disso, iremos avaliar marcadores oxidativos e inflamatórios nesses tecidos, e ainda, alterações estruturais e funcionais decorrentes da prática do exercício nesses animais. Diante desse quadro, a proposta atual baseia-se em um estudo com ratas espontaneamente hipertensas (SHR) ovariectomizadas, associação entre hipertensão arterial e deficiência estrogênica, para avaliar mecanismos e vias de desenvolvimento da osteoporose e das doenças cardiovasculares na fase pós-menopausa. Desse modo, esse projeto tem como objetivo geral avaliar e melhor compreender os mecanismos responsáveis pelas alterações nos sistemas ósseo e cardiovascular em ratas fêmeas ovariectomizadas, a fim de contribuir com métodos terapêuticos não hormonais (exercício físico) para a prevenção e/ou controle da osteoporose e doenças cardiovasculares nas mulheres pós-menopausa. Para atingirmos os objetivos desse estudo utilizaremos fêmeas espontaneamente hipertensas que serão dividas em dez grupos experimentais, com sete animais por grupo, sendo cinco grupos submetidos à ovariectomia e cinco grupos com animais não ooforectomizados. Os animais participarão de atividades físicas controladas com corrida em esteira para ratos e natação em tanque específico para animais. Por recomendação dos comitês de éticas em pesquisa em animais, deveremos utilizar o menor número possível de animais nos projetos, e assim, ao longo do projeto serão reavaliados os grupos experimentais e, se necessário, ajustes serão realizados para se alcançar os objetivos desejados. Após a ovariectomia, no quinto dia, os animais iniciarão corrida ou natação a fim de verificarmos a influência do treinamento sobre parâmetros bioquímicos e estruturais do osso, coração, vasos e rim e, sobre marcadores oxidativos e anti-inflamatórios, além de fatores de transcrição adipogênicos e osteogênicos (PPARs e Cbfa1)nesses tecidos. A funcionalidade do sistema cardiovascular será avaliada pelos parâmetros funcionais de frequência cardíaca, pressão arterial e reflexos cardiopulmorares quimiosensíveis (Bezold Jarish) por pletismografia e medida direta, e pela análise da reatividade vascular através do estudo em sistema apropriado para avaliação da tensão isométrica de anéis de diferentes leitos e pelo sistema de coração isolado método de Langendorf. Diversas técnicas como ELISA, Western Blot, PCR-RT, espectrometria e análise bioquímcia serão utilizadas para as dosagens humorais e, a parte estrutural será avaliada por técnicas histológicas e imunohistoquímicas, além do uso de técnicas de imagem adequadas, como a densitometria óssea, conforme o tecido a ser avaliado. Os resultados serão apresentados como média± erro padrão da média (EPM) para todos os grupos estudados, comparando-se o grupo FC com os demais. Os níveis de significância estabelecidos serão p<0,05. Para a análise estatística, serão realizadas análises de variância (ANOVA) uma via ou duas vias, dependendo da análise, seguida pelo cálculo das diferenças mínimas significativas entre as médias pelo teste post-hoc Fisher´s LSD.

Data de início: 15/12/2012
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador NAZARE SOUZA BISSOLI
Pesquisador ANTONIO MARCOS BIROCALE
Acesso à informação
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