Mecanismos de prejuízo do relaxamento via endotélio e o estresse oxidativo são revertidos pela atorvastatina em ratas ovarectomizadas

Nome: IZABELA FACCO CALIMAN
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/11/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
NAZARE SOUZA BISSOLI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
NAZARE SOUZA BISSOLI Orientador
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO Examinador Interno
THIAGO DE MELO COSTA PEREIRA Examinador Externo

Resumo: O aumento de doenças cardiovasculares (DCV) tem sido descrito em mulheres na pós-menopausa, porém há questionamentos sobre o uso das terapias hormonais quanto a sua eficácia em relação à cardioproteção. Assim terapias não-estrogênicas, como a atorvastatina, por apresentarem efeitos pleiotrópicos ligados ao sistema cardiovascular (SCV), poderiam beneficiar mulheres nessa fase da vida, entretanto poucos estudos compararam ação da atorvastatina com estrogênio sobre o SCV. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do tratamento com atorvastatina sobre a reatividade vascular do leito vascular mesentérico (LVM) em ratas ovariectomizadas, bem como a participação dos fatores de relaxamento endotelial sobre a resposta vascular. Foram utilizadas ratas Wistar (180-200g), divididas em quatro grupos (n=6): Sham, Ovariectomizada (OVX), OVX tratadas com 17--estradiol (EST; 0,5μg/Kg/dia) e OVX tratadas com atorvastatina (ATO; 20mg/kg/dia). Os tratamentos foram realizados por 14 dias, após 21 dias decorridos do processo de ovariectomia. Ao final do tratamento, foram realizadas curvas doses-resposta à acetilcolina (ACh - 10-12 a 10-3 M) no LVM na presença e ausência de bloqueadores para avaliação da reatividade vascular. A ovariectomia (OVX) reduziu o relaxamento a ACh comparado ao grupo SHAM, contudo o tratamento dos animais ovariectomizados com EST ou ATO foi capaz de normalizar essa resposta. O bloqueio com Aminoguanidina (10-4 M) reduziu somente a resposta à ACh no grupo OVX, aumentando a diferença existente entre este grupo e o SHAM, indicando um processo inflamatório nas ratas OVX. Em presença de L-NAME (10-4 M) essas respostas foram reduzidas e equalizadas, indicando que as diferenças iniciais eram devido a via do óxido nítrico (NO). A adição de indometacina (INDO; 2,8 x 10-6 M) em conjunto ao L-NAME não alterou a resposta já obtida somente com L-NAME, mostrando não haver participação significante de prostanóides nessa resposta. Ao mesmo tempo, não houve diferença entre os grupos na resposta vasodilatadora em presença de Clotrimazol (10-6 M), que representa a resposta mediada pelo fator hiperpolarizante derivado do endotélio (EDHF). A inibição das espécies reativas ao oxigênio (EROs), avaliada por meio do bloqueio com ácido ascórbico (10-4 M), não alterou a resposta de relaxamento observado na curva sem bloqueio, porém, a inibição da NADPH oxidase por apocinina (10-5 M) evocou maior redução de resposta à ACh no grupo OVX que nos demais, mostrando aumento do estresse oxidativo nesse grupo, o que
pode se comprovado pela maior produção de EROs e aumentada expressão proteica da NADPH oxidase nesse grupo. O grupo OVX também apresentou menor expressão de eNOS e maior expressão proteica de iNOS, enquanto que os tratamentos foram capazes de normalizar esses valores. O grupo OVX apresenta maior expressão de NF-kB, importante fator de transcrição envolvido com a resposta inflamatória, enquanto que a ATO foi capaz de reduzir essa expressão. Assim, estes dados evidenciam que a atorvastatina reverte o quadro de disfunção endotelial gerado pela deficiência de estrogênio, por mecanismos relacionados à via do NO e a redução do estresse oxidativo, bem como contribui para melhora do quadro inflamatório observado nestes animais, fornecendo evidências de que o uso de drogas sem efeito estrogênico pode colaborar na prevenção de DCV durante a fase pós-menopausa.
Palavras-Chave: Ovariectomia, atorvastatina, reatividade vascular, óxido nítrico, espécies reativas do oxigênio, NF-kB.

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