Efeitos do tratamento crônico com tamoxifeno e quimioterapia sobre marcadores de risco cardiovascular em mulheres com câncer de mama

Nome: WALCKIRIA GARCIA ROMERO SIPOLATTI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 02/03/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE COSTA PEREIRA Examinador Externo
GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU Orientador
JOSE GERALDO MILL Examinador Interno
LUIZ HENRIQUE GEBRIM Examinador Externo
SONIA ALVES GOUVEA Examinador Interno

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o papel da hormônioterapia com tamoxifeno sobre marcadores sanguíneos preditivos importantes sobre o risco de desenvolvimento das doenças cardiovasculares, tais como proteína C-reativa (PCR), apolipoproteinas A-1 (Apo-A), apolipoproteinas B-100 (Apo-B), peptídeo natriurético tipo B (BNP) e conseqüentes repercussões ecocardiográficas, principalmente fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) em mulheres submetidas ao tratamento quimioterápico para cancer (CA) de mama. Foram avaliadas 60 mulheres com CA de mama num período de 12 meses, divididas nos seguintes grupos: grupo que recebeu somente quimioterapia (QUIMIO) n=23; grupo que recebeu quimioterapia e tamoxifeno (QUIMIO+TAM) n=21; grupo que recebeu somente tamoxifeno (TAM) n=16. Níveis plasmáticos de PCR foram avaliados no início do tratamento (T0), 3º mês (T3), 6º mês (T6) e 12º mês (T12) de tratamento e de Apo-A, Apo-B e pró-BNP foram avaliados nos tempos T0, T6 e T12. O ecocardiograma foi realizado nos T0 e T12. Foram encontradas elevações nas concentrações plasmáticas de PCR no grupo QUIMIO e QUIMIO+TAM, respectivamente, no 3º (10.85 ± 0.02 mg/dL; 10.81 ± 2.97mg/dL) e 6º meses de tratamento (12.5 ± 1.95 mg/dL; 12.36 ± 2.64 mg/dL). Porém, ao final do 12º mês de tratamento, os grupos QUIMIO+TAM e TAM, respectivamente, apresentaram importante redução (p<0,01) dos valores de PCR (1.04 ± 0.38 mg/dL; 1.04 ± 0.38 mg/dL), Apo-B (94.3 ± 9.3 mg/dL; 96.3 ± 5 mg/dL) e na relação Apo-B/Apo-A (0.53 ± 0.01; 0.52 ± 0.01mg/dL) com aumento significativo dos níveis séricos de Apo-A (179.5 ± 7.64; 185.1 ± 7.87 mg/dL, p<0,01) resultados estes não observados no grupo que utilizou somente a quimioterapia (QUIMIO) (PCR, 5.13 ± 0.75 mg/dL; Apo-B, 109.6 ± 7.4; Apo-B/Apo-A, 0.86 ± 0.01; Apo-A, 128.13 ± 9.34). Os valores plasmáticos de pró-BNP estavam aumentados nos grupos QUIMIO, QUIMIO+TAM no T6 (69,06 ± 11,7 pg/ml; 67,35 ± 11,9 pg/mL, p<0,01) quando comparado ao início do tratamento (8,98 ± 2,1 pg/mL; 9,48 ± 1,79 pg/mL). Já o grupo QUIMIO+TAM no T12 apresentou redução significativa deste peptídeo com valores semelhantes ao grupo TAM (11,39 ± 2,74; 8,35 ± 1,66 pg/mL, p<0,01), mantendo o grupo QUIMIO níveis elevados de pró-BNP (42,35 ± 12,9 pg/mL). Quanto à FEVE, o grupo QUIMIO apresentou importante redução do desempenho cardíaco no T12 (63,3 ± 4,3%, p< 0,01), enquanto que o grupo QUIMIO+TAM e TAM no T12 mantiveram valores semelhantes ao início do tratamento (76,2 ± 3,7%; 75,6 ± 4,1% vs. 73,7 ± 4,2%; 76,8 ± 4,82%, respectivamente). Observamos então, que, a utilização do tamoxifeno por 6 meses reduz significativamente marcadores de risco para DCV e melhora a função ventricular após 6 meses de tratamento quimioterápico para do CA de mama.

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