Caracterização da resposta inflamatória local induzida pela Peçonha do peixe-escorpião Scorpaena plumieri

Nome: THIAGO NUNES DE MENEZES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/04/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA ELENA DE LIMA PEREZ GARCIA Examinador Externo
NAZARE SOUZA BISSOLI Examinador Interno
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO Orientador

Resumo: O envenenamento em humanos causado por acidentes com o peixe Scorpaena plumieri produz dor intensa e imediata, e edema local. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar experimentalmente a resposta inflamatória local aguda induzida pela peçonha de S. plumieri (SpV). Utilizando o teste da pata de camundongo, foi demonstrado que SpV (7,5 100 µg de proteína) induz intenso edema e nocicepção local e tanto a intensidade quanto a persistência do edema são dose dependente. O tratamento prévio dos animais com inibidor de serino-proteases (aprotinina) ou com antagonista do receptor B2 de bradicinina (HOE-140) reduziram significativamente a resposta edematogênica, demonstrando o direto envolvimento do sistema calicreína-cinina. Entretanto, o pré-tratamento com outros antiinflamatórios (anti-histamínico e inibidor da COX-2) tiveram menor efeito sobre esta resposta. Dosagens dos níveis de mediadores pró-inflamatórios por citometria de fluxo no sobrenadante de extratos das patas, 2h após a injeção de SpV (15 µg de proteína), revelaram níveis elevados das citocinas TNF e IL-6 e da quimiocina MCP-1. Os níveis elevados desses mediadores podem ser associados com as alterações histopatológicas observadas no tecido injuriado, caracterizadas por infiltrado celular com predominância de neutrófilos (6h) e células mononucleadas (12h após a injeção), além de edema intenso da derme. Dessa forma pode-se sugerir que as cininas, juntamente com as citocinas, podem regular a migração e o acúmulo de leucócitos no tecido inflamado. Uma fração protéica pró-inflamatória foi purificada da peçonha bruta por cromatografia de filtração molecular e troca aniônica; essa fração reproduziu a resposta edematogênica de SpV. Neste trabalho também foi demonstrado que o soro desenvolvido contra a peçonha de peixe pedra (SFAV) é capaz em neutralizar in vivo as atividades nociceptiva e edematogênica da peçonha de S. plumieri. Análises por Western Immunoblotting confirmaram a reatividade cruzada, pois proteínas de SpV com massa molecular na faixa de ~98 kDa foram reconhecidas por SFAV. Estes resultados sugerem que o componente responsável pelos efeitos inflamatórios de SpV possui semelhanças antigênicas com toxina(s) encontrada(s) em peçonhas de peixes-pedra. Em síntese, este trabalho contribuiu para a caracterização da resposta inflamatória eliciada pela peçonha de S. plumieri, e também demonstrou que a peçonha de peixes-pedra do Indo-Pacífico e do peixe-escorpião preto do Oceano Atlântico possuem proteínas com características estruturais similares.

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