A Exposição Crônica e Baixas Doses de Cloreto de Mercúrio Altera a Reatividade Vascular da Artéria Aorta de Ratos. Papel das Espécies Reativas do Oxigênio e dos Prostanóides da Via da Ciclooxigenase .

Nome: FRANCK MACIEL PECANHA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 07/05/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Examinador Externo
FRANCIELLI WEBER SANTOS CIBIN Examinador Externo
IVANITA STEFANON Examinador Interno

Resumo: A exposição ao mercúrio é relacionada a alterações no sistema nervoso central e renal. Nos últimos anos associa-se também ao maior risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares, porém não estão totalmente esclarecidos os mecanismos pelos quais este metal exerce efeito tóxico sobre este sistema. Neste estudo foi desenvolvido um modelo experimental de exposição crônica a baixas doses de cloreto de mercúrio (HgCl2) e avaliado o efeito desta exposição sobre a pressão arterial sistólica (PAS), a participação de produtos derivados do endotélio, prostanóides derivados da via da ciclooxigenase-2 (COX-2), espécies reativas do oxigênio (EROs) e do sistema renina-angiotensina na reatividade vascular de artérias de condutância. Experimentos em segmentos de artéria aorta de ratos Wistar de 3 meses de idade tratados diariamente, por 30 dias, com HgCl2 (1ª dose: 4,6 μg/Kg, doses seguintes: 0,07 μg/Kg/dia, i.m) ou veículo. Os experimentos de reatividade vascular foram realizados em banho de órgãos, a espectrometria de absorção atômica para determinação da concentração sanguínea de mercúrio, PCR-RT e Western Blot para verificar a expressão gênica e protéica, microscopia confocal na analise os níveis de ânion superóxido, propriedades estruturais e localização da COX nas artérias, kits comerciais para medida de produção de prostanóides derivados da via da COX-2, determinação da atividade da enzima conversora da angiotensina (ECA) pelo método fluorimétrico e pletismografia de cauda para medida da PAS. Ao final do tratamento os ratos expostos ao mercúrio apresentavam níveis sanguíneos de mercúrio de 7,97 ± 0,59 ng/ml. Não houve alteração na PAS, mas houve aumento da resposta contrátil a fenilefrina, e redução da resposta vasodilatadora a acetilcolina, sem alterar o relaxamento induzido pelo doador de óxido nítrico, DEA-NO. A participação do endotélio na modulação da resposta a fenilefrina foi reduzida e prostanóides vasoconstritores derivados da via da COX-2, EROs e o sistema renina-angiotensina participam do incremento desta resposta. Maior produção de EROs, aumento da atividade plasmática da ECA, incremento da expressão gênica do RNAm para COX-2 e maior produção dos prostanóides vasoconstritores (PGE2 e TXA2) derivados da COX-2 foram observados em animais expostos ao mercúrio e reforçam a hipótese de maior participação destas vias na alteração da resposta vascular a fenilefrina. Na presença da superóxido dismutase (SOD) ocorreu melhora da resposta vasodilatadora a acetilcolina nos ratos do grupo Mercúrio, indicando que a disfunção endotelial parece ser provocada pela maior produção de EROs. A SOD extracelular (EC-SOD) teve expressão aumentada pela exposição ao mercúrio.
Estes resultados sugerem que neste novo modelo experimental de exposição crônica a baixas concentrações de HgCl2 há disfunção endotelial devido a redução da biodisponibilidade do NO induzida pelo aumento do estresse oxidativo, além de aumento da resposta contrátil a fenilefrina com maior participação do sistema renina-angiotensina, EROs e de prostanóides vasoconstritores derivados da via da COX-2 nesta resposta. Estes resultados ajudam a esclarecer os mecanismos pelos quais o mercúrio, em baixas doses, exerce efeito tóxico sobre o sistema cardiovascular e pode ser considerado fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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