Efeitos da Terapia Gênica Com a Óxido Nítrico Sintase Endotelial em Camundongos Com Hipertensão Renovascular 2r1c

Nome: AGATA LAGES GAVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/03/2008
Orientador:

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SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES Orientador

Resumo: Diversos estudos têm demonstrado que a terapia gênica é uma abordagem eficaz para o tratamento e prevenção de diversos modelos de hipertensão arterial (HÁ). Portanto o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da terapia gênica com a óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) sobre o desenvolvimento da hipertensão renovascular dois rins-um clipe (2R1C) e barorreflexo (BR) em camundongos.
Camundongos C57 machos, foram submetidos à cirurgia para colocação do clipe de aço inox (0,12 mm) na artéria renal esquerda ou cirurgia fictícia (sham-SH). Neste mesmo dia, os animais receberam uma injeção endovenosa do adenovírus que expressa a ß-galactosidade (ßgal), eNOS (10 µL, 1012 pfu/mL) ou glicerol (10 µL) Após 2 semanas, os animais foram anestesiados e cateteres foram implantados na veia jugular e artéria carótida para injeção de drogas e registros de pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC), respectivamente. O BR foi testado em animais acordados através de injeção in bolus de fenilefrina (PHE-48 µg/Kg) e nitroprussiato de sódio (NPS-24 µg/Kg) e avaliado através da média dos ganhos das respostas bradicárdicas e taquicárdicas reflexas frente às variações na pressão arterial (5-25 mmHg). Ao fim dos experimentos, coração e rins foram retirados e pesados para análise de hipertrofia.
O grupo 2R1C ßgal apresentou uma elevação de PAM (125±1** mmHg, **p<0,01) quando comparado ao grupo SH glicerol/ßgal (102±4 mmHg). O desenvolvimento da HA foi prevenido no grupo 2R1C eNOS (109±2 mmHg), enquanto que a PAM não apresentou alterações no grupo SH eNOS (110±2 mmHg). Os animais hipertensos apresentaram taquicardia de repouso (539±24* bpm, *p<0,05) quando comparados aos animais SH glicerol/ßgal (473±13 bpm). O aumento da FC foi prevenido pela terapia gênica no grupo 2R1C eNOS (464±10 bpm.), sendo que esta terapia não foi capaz de alterar a FC no grupo SH eNOS (482±14 bpm). Os animais 2R1C ßgal e 2R1C eNOS apresentaram tendência à hipertrofia cardíaca (1,24±0,05; 1,22±0,06 mg/g respectivamente) quando comparados aos animais SH glicerol/ßgal (1,11±0,03 mg/g) e SH eNOS (1,13±0,04 mg/g). A relação peso do rim direito/peso corporal foi maior nos grupos 2R1C bgal (1,82±0,08** mg/g) e 2R1C eNOS (1,85±0,05** mg/g; **p<0,01) quando comparados aos grupos controles (SH glicerol/ßgal: 1,50±0,06 SH eNOS: 1,48±0,06 mg/g). Por outro lado, os animais que receberam o clipe na artéria renal esquerda apresentaram uma atrofia do rim esquerdo (SH glicerol/ßgal: 1,42±0,05; 2R1C ßgal: 0,61±0,07**; SH eNOS: 1,38±0,05; 2R1C eNOS: 0,76±0,10** mg/g; **p<0,01 vs. grupos SH). A média dos ganhos nas variações de PAM não se mostrou alterada no grupo 2R1C ßgal quando comparado ao grupo SH glicerol/ßgal, tanto para as injeções de PHE (SH glicerol/ßgal: -13±1,1; 2R1C ßgal: -14±1,2 bpm/mmHg), quanto para as injeções de NPS (SH glicerol/ßgal: 14±1,1; 2R1C ßgal: 13±1,0 bpm/mmHg). Entretanto, nos grupos 2R1C eNOS e SH eNOS os animais apresentaram redução da bradicardia reflexa (-9,5±1,3*; -11±0,9* bpm/mmHg respectivamente, *p<0,05 vs. SH glicerol/ßgal e 2R1C ßgal) e aumento da taquicardia reflexa (SH eNOS: 16±0,9*; 2R1C eNOS: 17±1,2* bpm/mmHg, *p<0,05 vs. SH glicerol/ßgal e 2R1C ßgal).
Assim, podemos concluir que a superexpressão da eNOS foi capaz de prevenir o desenvolvimento da HA, entretanto, causou alterações no sistema do BR nos animais submetidos a esta terapia.

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