TRATAMENTO CRÔNICO COM DECANOATO DE NANDROLONA PREJUDICA O RELAXAMENTO VASCULAR EM RATAS SEDENTÁRIAS E SUBMETIDAS A TREINAMENTO FÍSICO

Nome: IZABELA FACCO CALIMAN
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 31/03/2017
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
NAZARE SOUZA BISSOLI Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
TADEU UGGERE DE ANDRADE Examinador Externo
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO Examinador Interno
ROGER LYRIO DOS SANTOS Examinador Interno
NAZARE SOUZA BISSOLI Orientador
MARCELO PERIM BALDO Examinador Externo

Resumo: Decanoato de nandrolona (DN) é um esteroide anabólico androgênico (EAA) que sob regime abusivo pode levar a múltiplos efeitos colaterais adversos. Estudos que apontam alterações cardiovasculares (CV) induzidas por EAA foram principalmente conduzidos em indivíduos do sexo masculino, muito embora mulheres também sejam susceptíveis aos efeitos colaterais dos EAAs e diferenças sexo-específicas na predisposição a doenças vasculares existam. O objetivo deste estudo foi investigar as alterações de reatividade vascular induzidas pelo tratamento crônico com DN tanto em ratas sedentárias como em fêmeas treinadas, bem como a participação dos fatores de relaxamento endotelial sobre a resposta vascular. Foram utilizadas ratas Wistar adultas (180-200 g), sedentárias ou submetidas a treinamento físico, intactas ou ovariectomizadas, tratadas com DN (20 mg/Kg/semana) durante 4 semanas. Ao final do protocolo experimental, foram realizadas curvas dose-resposta à acetilcolina (ACh) em leitos vasculares mesentéricos (LVM) isolados na ausência e presença de inibidores farmacológicos para avaliação da reatividade vascular. Nossos principais achados mostram que o tratamento com DN alterou a função endotelial no LVM tanto em fêmeas sedentárias quanto em fêmeas submetidas ao treinamento físico. Alterações na via do óxido nítrico (NO) parecem ser o principal mecanismo responsável pelo prejuízo na reatividade vascular, como observado nas curvas doseresposta à ACh em presença de L-NAME (inibidor da NO sintase (NOS)) e aminoguanidina (inibidor seletivo da NOS induzível), bem como por meio da diminuição da fosforilação de eNOS (Ser1177) e Akt (Ser473) e aumento da expressão proteica de iNOS e NADPH oxidase. Tanto o componente de relaxamento EDHF quanto os prostanoides parecem não estar alterados nos LVMs provenientes de fêmeas tratadas com DN, uma vez que em presença de L-NAME e Indometacina (inibidor da ciclooxigenase) a resposta vasodilatadora à ACh permaneceu inalterada entre os grupos estudados. O treinamento físico por levantamento de peso em água não reverteu as alterações vasculares induzidas pelo tratamento com DN. O tratamento com o EAA também reduziu significativamente os níveis séricos de estradiol nas fêmeas intactas, de modo que as modificações funcionais nos LVMs destas fêmeas foram semelhantes às observadas em fêmeas ovariectomizadas nãotratadas com DN. Estes resultados fornecem novos dados que ajudam a elucidar o papel modulador dos EAAs sobre a função endotelial em fêmeas e levantam a possibilidade de que o tratamento com DN aumente o risco de lesão vascular no sexo feminino, condição que poderia predispor ao surgimento de doenças CV.

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